Logo O POVO+
Editorial: Futebol em tempo de coronavírus
Foto de Editorial
clique para exibir bio do colunista

O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública

Editorial opinião

Editorial: Futebol em tempo de coronavírus

Tipo Opinião

Com data prevista para a volta dos jogos de futebol no dia 20 deste mês, os clubes insistem nos bastidores para antecipar a data das partidas. A Federação Cearense de Futebol (FCF) enviou protocolo ao grupo de trabalho do governo do Ceará - criado para avaliar o retorno das atividades econômicas - propondo a volta aos gramados ainda no início deste mês, para encerrar o Campeonato Cearense. A proposta foi rejeitada pelo governador Camilo Santana.

Os dois principais clubes do Estado - Fortaleza e Ceará - são a favor da antecipação das atividades e falam até em concluir o campeonato fora do Ceará, em uma cidade em que os jogos são permitidos. No entanto, o presidente da FCF, Mauro Carmélio, vê esse cenário como "constrangedor", segundo disse em entrevista a este jornal.

O médico infectologista do Hospital São José, Roberto da Justa, diz ser contra a volta dos jogos do futebol meio à pandemia. Ele avalia a situação do Ceará como "delicada", lembrando que o esporte, "como setor formador de opinião, precisa dar exemplo para a sociedade".

De qualquer forma, é elogiável a forma como os clubes vem agindo para proteger atletas e funcionários. Os times vêm fazendo testagens constantes e pondo em quarentena aqueles cujos testes deram resultados positivos.

Porém, em um momento como esse, o mais adequado não é forçar o funcionamento de mais atividades, esportivas ou econômicas. E sim de questionar o porquê da autorização de funcionamento de outras, quando a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Fortaleza chegou a 76%. Além disso, é preciso levar em conta que o Ceará registra mais de 100 mil casos de Covid-19 e mais de seis mil mortes pela doença, estando entre os estados com os maiores números de infectados e de mortes causados pelo novo coronavírus.

Olhando-se o panorama de muitas cidades, parece ter havido uma espécie de "naturalização" da doença, como se não oferecesse mais perigos. Por isso, as aglomerações e bares lotados, como se viu no Rio de Janeiro, por exemplo.

Entretanto, se há uma coisa que se aprendeu com o coronavírus é que a doença é imprevisível. Por isso, é melhor ter prudência agora do que arrependimentos no futuro. 

 

Foto do Editorial

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?