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Retomada avança em Fortaleza, mas bares e barracas permanecem fechados
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Retomada avança em Fortaleza, mas bares e barracas permanecem fechados

| Fase 3 | As macrorregiões de saúde do Estado encontram-se em diferentes estágios de reabertura
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GOVERNADOR Camilo Santana e o prefeito Roberto Cláudio anunciaram como será a nova etapa em live (Foto: © JOSE WAGNER/ GOV. DO CEARA)
Foto: © JOSE WAGNER/ GOV. DO CEARA GOVERNADOR Camilo Santana e o prefeito Roberto Cláudio anunciaram como será a nova etapa em live

A partir de amanhã, 6, a Fortaleza entra na terceira fase do plano de retomada das atividades econômicas no Ceará. Atividades individuais em espaços públicos, como praias e calçadões, passam a ser liberadas, assim como as celebrações religiosas passam a contar com 50% do trabalho presencial e 50% da capacidade de público. Ao contrário do que estava previsto inicialmente, restaurantes e bares seguem fechados no período da noite e barracas de praia permanecem sem autorização para funcionamento.

A medida foi adotada por orientação das autoridades sanitárias, e o impacto da abertura desses estabelecimentos na Fase 3 será analisado durante a próxima semana. A mudança em relação ao planejamento inicial, divulgado em maio, foi anunciada ontem, 4, pelo governador Camilo Santana (PT), em pronunciamento ao vivo por meio das redes sociais com o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT). "Lembrando que o plano de retorno das atividades econômicas apenas sugere as etapas. Quem define é a área da Saúde", pontuou o governador.

"A melhoria dos indicadores de saúde especificamente de Covid-19 — por exemplo, a contínua redução de casos, a tendência contínua de redução de óbitos e a melhoria dos indicadores de assistência à saúde— permitiu que Fortaleza pudesse dar esse outro passo no sentido da retomada progressiva, responsável, orientada pelas autoridades sanitárias do nosso cotidiano da Cidade", complementou o prefeito Roberto Cláudio.

Para Lígia Kerr, epidemiologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), a decisão é "mais que prudente". Uma explicação para a mudança nessa etapa do plano, de acordo com ela, é a redução observada na queda de casos de Covid-19. "Não é que está aumentando o número de casos. Ele reduziu a queda que vinha tendo. Então está começando a haver transmissão novamente, tem que tomar cuidado. Se abrir bar e restaurante agora, o pessoal vai mesmo. Vai sem máscara e não mantém distância, como está sendo feito em um monte de lugares", afirma.

Um índice destacado pela professora é a taxa de positividade da Covid-19, que se refere ao percentual de confirmação em relação ao total de testes realizados cujos resultados já foram apresentados. "A taxa de positividade aumentou, hoje está em 43,39%. Ou seja, a cada 100 casos que estão sendo levados à suspeita, 43 estão se confirmando. É isso que está acontecendo: estão confirmando-se mais casos, então aquela descida que estavam observando está mais plana, está reduzindo."

Sem julgar a decisão como errada e compreendendo que a pandemia no Ceará ainda não está resolvida, o biólogo Luciano Pamplona, professor da Faculdade de Medicina da UFC, estranhou a mudança. Isso porque ele avalia que os número de casos, de internações e de óbitos na Capital, assim como a taxa de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria, não justificam a medida.

"Se tenho esses indicadores, que desde o início eu defendo que são os indicadores necessários para monitorar a situação, para mim ficou estranho não seguir com o plano. Então, ou tem alguma informação que não está pública, que não sabemos, para essa decisão; ou foi um excesso de zelo, algum receio. O fato é que, baseado nos indicadores que utilizamos até agora, não tinha por que fazer isso."

Conforme O POVO apurou, além dos índices do IntegraSus, diversos fatores são levados em consideração para o avanço das fases. Um deles é o potencial de aglomeração nos ambientes, observando-se casos em Fortaleza, em outras cidades do Brasil e do mundo. De acordo com atualização da plataforma às 18h15min de ontem, o Ceará tem 121.464 casos confirmados de Covid-19 e 6.441 mortes pela doença.Foram 3.153 casos e 68 óbitos a mais do que o registrado até as 17h56min de sexta. No Estado, são 93.903 pessoas recuperadas da doença.

 

 

11 segmentos passam a ter 100% de trabalho presencial

Com o avanço da Capital para a Fase 3 do plano de reabertura econômica no Estado, ao todo, dos 13 segmentos contemplados no documento, 11 passarão a contar com 100% do trabalho presencial em Fortaleza. Entre eles estão os setores têxtil e roupas, artigos do lar, tecnologia da informação e comércio e serviços de higiene e limpeza. Durante o pronunciamento, o governador também anunciou a renovação o decreto de isolamento social no Estado por mais sete dias.

A reabertura em Fortaleza começou em 1º de junho, com fase de transição. Em 8 de junho, teve início a fase 1, e a fase 2 começou em 22 de junho. A terceira fase deve durar pelo menos 15 dias e, a depender dos indicadores, a fase 4 começa em 20 de julho.

Avançam para a Fase 2 os municípios da macrorregião de Fortaleza — que inclui Amontada, Miraíma, Tejuçuoca, General Sampaio, Baturité, Itapiúna, Ocara e Beberibe, além da Região Metropolitana. Já as macrorregiões do Sertão Central e do Litoral Leste/Jaguaribe passam para a Fase 1 e as macrorregiões Norte e Cariri permanecem na fase de transição. Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Brejo Santo, Iguatu, Sobral e Tianguá seguem em isolamento social rígido por pelo menos mais uma semana.

O retorno do transporte intermunicipal de passageiros está previsto para a sexta-feira, 10, "com o devido protocolo sanitário sendo exigido". Uso de máscaras continua obrigatória. (Gabriela Custódio)

50 dias

O Ministério da Saúde completou 50 dias sem um titular no cargo ontem. A vaga é ocupada interinamente pelo general Eduardo Pazzuello e o presidente Jair Bolsonaro não tem dado nenhuma sinalização de que está em busca de um nome para a pasta que tem entre suas missões enfrentar a pandemia do novo coronavírus

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