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Previsão em futebol é uma faca amolada de dois gumes
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Previsão em futebol é uma faca amolada de dois gumes

Tipo Opinião

- PARTICULARIDADE que aflora aos olhos mais atentos. Brasileirão deste ano, por ser uma competição atípica, a começar pela ausência de público, tão imprevisível a ponto de se recomendar não fazer previsões. Aliás, previsão em futebol é uma faca amolada de dois gumes.

- DE maneira especial o deste ano, onde a queda de nível técnico é fator preponderante. Basta dar uma olhada na tabela até o décimo lugar. Daí, pra baixo, a mistura assemelham-se uns dos outros, até difícil diferenciar.

- NÃO há uma regularidade linear entre os disputantes, ou seja, aposta-se no certo e dá o duvidoso na cabeça. Pequeno exemplo. Aqui dentro, o Fortaleza venceu, com categoria, o Atlético-MG, de quem se esperava mais do que aquilo que apresentou. Tricolor venceu por ter sido superior em tudo.

- LOGO, fiquem atentos, porque é nesta pisada que o Brasileirão deste ano irá até o seu final, atravessando o ano 2020. Haverá de ter um vencedor, claro, contudo, carregando consigo o rótulo nada pomposo, de "Campeão da Pandemia". Uma mancha indelével em sua história.

SUBIDAS & DESCIDAS

- PARTE que nos toca, afinal o que mais interessa, Fortaleza e Ceará cumprem a sua sina. Tricolor melhor, em subida. Alvinegro em visível queda livre, com aquele futebol reativo de excessivos passes para os lados, que não o faz sair do lugar. Há culpados? A partir do seu técnico, de quem a diretoria devia fazer mais cobrança.

CADAFALSO

- NADA melhor do que apoiar-se nos números para se ter uma ideia do comportamento de uma equipe numa competição. E os números são indesmentíveis. Querem ler? Nos últimos 5 jogos, inclusos aí a primeira decisão do Campeonato Cearense, o Ceará não venceu ninguém, mais derrotas, nenhuma vitória, um insípido empate. Infelizmente, está a caminho do cadafalso, se o panorama não mudar.

QUEDA LIVRE

- MENOS mal que seu adversário de amanhã à noite, Corinthians, está em visível queda livre no Brasileirão, esbarrando na chamada zona perigosa das incertezas. O clube paulista sofre do mesmo mal do Ceará, elenco de qualidade duvidosa, comando técnico sem prumo. Vai longe o tempo em que o Corinthians metia medo aos adversários. Aliás, trocando um pelo outro, nenhum de volta.

CHEIO DE MORAL

- COMBOIADO pela vitória sobre o líder Atlético-MG, o Fortaleza encheu-se de moral para seus próximos jogos, incluindo aí o de hoje à noite, diante do Coritiba, dentro da casa deste. O clube paranaense vem também aos trambolhões, apenas com a diferença de atuar em casa, peso quase nenhum. Pois, se não há público nos estádios, todos ficaram neutros.

OUTRA CARA

- FORTALEZA de hoje, cedo da noite, terá outra cara que não aquela que enfrentou o time do Sampaoli. Ceni não é chegado a repetições, uma das suas características. Mesmo porque não terá todos os jogadores daquela partida, razão pela qual, inapelavelmente, introduzirá mudanças. Menos que abale sua forma de jogar, embora nada lhe garanta que repetirá o feito daqui.

DESESPERO

- EM momentos de agonia, apela-se pra tudo, incluso aí o desespero. Como assim? Coritiba, na tentativa de achar quem balance as redes em seu ataque anêmico, teve de apelar para o veterano Ricardo Oliveira, de mil camisas, do alto dos seus 40 anos. Dentro daquela máxima — se o novo não faz, outro jeito não há do que procurar em especialista no assunto, mesmo com a idade vergando-lhe os ombros.

COITADOS DOS COPOS

- SOBIS, que voltou a jogar pedra na lua, revoltado com sua substituição contra o Athletico Paranaense, saiu chutando os copos plásticos que encontrou pela frente. Menos mal que diante dele não encontrou um paralelepípedo...

TROCA DE HORÁRIO

- OSVALDO, que só jogava um tempo, sempre substituído, Ceni resolveu trocar o fuso horário. Lança-o no segundo tempo, descansado. Repetiu a dose contra o Galo. Deu certo.

FANTASMA

- MUITOS perceberam. Éverson, que no Ceará consagrou-se como "paredão", no Atlético-MG até o reflexo perdeu. Nos dois gols do Fortaleza estava totalmente fora do posto. Gol da vitória, então, limitou-se a assistir, impávido, à cabeçada de Bruno Melo, sem fazer menção sequer de cortar o lance.

 

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