Torcedores alvinegros indignados cruzam comigo pelas ruas e sem me deixar dizer nada acusam o árbitro do VAR de tomar o jogo do Ceará, anulando o segundo gol contra o Fluminense. Depois do jogo fui ver o replay. Nada como a velha técnica: play, pause, rewiew.

Ao usá-la percebo que quando os árbitros do VAR se aventuram em raciocinar com a subjetividade, que permeia e não necessariamente ocorreu no lance, correm um risco enorme de erro. Daí a enorme confusão gerada na mídia esportiva, nos torcedores e no País inteiro..

No futebol romântico de anos atrás o questionamento "foi, não foi" encontrava apoio até na própria Fifa, que via nessa discussão uma forma de prolongar a partida de futebol nos botequins, nos bares e restaurantes. O efeito catalizador da vitória ou derrota sempre presente.

Quando o erro nos favorece está tudo bem; se está contra nós, boca no trombone. O Mestre, filósofo da praia da Beira-Mar, costuma dizer. Se com um árbitro e dois bandeirinhas já era complicado, imagine agora com mais três árbitros na equipe do VAR.

E relembra uma história que contei para ele no tempo que jogava no Ceará. Acordamos num domingo pela manhã e o zum-zum rolava. Esse juiz se vende. Sentei com o Tércio e perguntei: "Que história é essa? Acertaram com o juiz do jogo!" Respondeu. "Como!" Insisti.

É o seguinte. Um empresário recebeu uma grana para fazer a história. Tem até senha. Na entrada das equipes, um fotógrafo vai pegar o juiz e levá-lo para a meia lua da grande área. Ali, uma fotografia. Se isso acontecer é sinal que o juiz está no bolso. Fiquei de olho no árbitro.

Não deu outra. Enquanto os bandeirinhas faziam inspeção das redes, um fotógrafo batia a foto do árbitro na meia lua. Tércio fez positivo com o polegar. Durante o jogo, deu tudo ao contrário. O árbitro teve uma atuação correta e certamente foi vendido sem saber.

A decisão de colocar o VAR no Campeonato Brasileiro foi uma forma de diminuir as injustiças num esporte em que circula muita grana e interesse, e um erro da arbitragem pode afastar um patrocinador, decidir um campeonato ou rebaixar uma equipe de divisão.