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Museu da Língua Portuguesa em pleno funcionamento
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Adailma Mendes é editora-chefe de Economia do O POVO. Já foi editora-executiva de Cidades e do estúdio de branded content e negócios, além de repórter de Economia

Museu da Língua Portuguesa em pleno funcionamento

É uma aula de beleza sobre o poder da língua. A cada parte caminhada no museu, é possível ir entendendo que só pela linguagem podemos ir mais longe dentro e fora da gente
Seção O Português do Brasil (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Seção O Português do Brasil

Conheci o Museu da Língua Portuguesa, no Centro de São Paulo, ainda em seu primeiro ano de existência, em 2006. Encantador ver todas as palavras ali postas, em meio à história do português, de pais em pais, do desdobramento do latim aos dialetos espalhados pelo mundo. Não é como ver a língua contar fatos do passado, desvendar pintores ou arquitetos, apresentar artistas e obras. São as palavras explicando a si mesmas. A valorização da língua falada e escrita, ferramenta para real inserção na sociedade e compreensão da mesma.

Agora, em 2021, o Museu reabriu em 31 de julho e segue de portas abertas aos visitantes que marcarem sua ida ao local pela internet, dentro de uma capacidade de público reduzido. A volta do espaço não foi só um símbolo da retomada da economia e do turismo, mas também um renascimento após incêndio que destruiu parte da estrutura do museu em 2015. 

Neste segundo momento, o museu traz como novos espaços sobre a língua falada por 261 milhões de pessoas em todo o mundo a seção "Línguas do Mundo", que destaca 23 das mais de 7 mil línguas faladas no mundo; "Falares",  com sotaques e expressões do português no Brasil; e "Nós da língua", que apresenta a língua portuguesa no mundo, com laços, embaraços e a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Seção Línguas do Mundo
Seção Línguas do Mundo (Foto: Divulgação)

Continuam no acervo, assim como de 2006 a 2015, o "Palavras Cruzadas", que mostra as línguas que influenciaram o português no Brasil; e a "Praça da Língua", um local que se assemelha a um planetário, dos lados e no teto projeções de imagens, sons com textos de escritores, versos e trechos cantados também por artistas brasileiros. Neste ponto de visita ao museu, o indicado é calar, ouvir e viajar pelas palavras.

Entrada do segundo andar do Museu
Entrada do segundo andar do Museu (Foto: Divulgação)

São três andares de exposições, com o segundo e o terceiro andar com material permanente. No primeiro, exposições temporárias.

Com o incêndio, o equipamento foi sendo recuperado a partir da ideia de manter os conceitos estruturantes do projeto de intervenção original, do arquiteto Paulo Mendes da Rocha e de seu filho Pedro. Mas algumas mudanças foram aplicadas, como abertura do térreo do Museu à Estação da Luz, outro ponto turístico de São Paulo, símbolo do movimento imigratório do Estado.

Relógio da Estação da Luz
Relógio da Estação da Luz (Foto: Adailma Mendes)

O Museu ganhou ainda novas salas e um terraço com vista para o Parque da Luz e ao pé da torre do relógio da Estação. Com a morte de Paulo Mendes neste ano, esse espaço aberto acabou virando uma homenagem ao arquiteto.

De uma hora e meia a duas horas é possível respirar boa parte do que oferece os espaços do Museu, sem pressa em ticar o visto, apenas ir lendo, ouvindo e refletindo sobre as facetas da linguagem e do nosso português.

Seção Língua Solta
Seção Língua Solta (Foto: Divulgação)

Tudo conectado com o mundo do audiovisual, com experiências sensitivas e interativas.

É uma aula de beleza sobre o poder da língua. A cada parte caminhada no museu, é possível ir entendendo que só pela linguagem podemos ir mais longe dentro e fora da gente.

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