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O que pensam os empresários e o que vive a sociedade
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Adailma Mendes é editora-chefe de Economia do O POVO. Já foi editora-executiva de Cidades e do estúdio de branded content e negócios, além de repórter de Economia

O que pensam os empresários e o que vive a sociedade

Risco Brasil e falta de melhor governança no setor público são pontos que Jorge Gerdau destaca como mais limitantes para o crescimento do País. O empresário participou, via teleconferência, de evento do Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide) na última quinta-feira, 30
Jorge Gerdau, membro do grupo de controle da Gerdau e fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC) (Foto: ANTONIO CRUZ-ABR                )
Foto: ANTONIO CRUZ-ABR Jorge Gerdau, membro do grupo de controle da Gerdau e fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC)

Em encontro do Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide), na quinta-feira, 30, empresários do Ceará e mais o convidado para palestrar Jorge Gerdau Johannpeter, com participação por vídeoconferência, apontaram as preocupações que os afligem na estruturação de um país com mais força para se lançar verdadeiramente ao desenvolvimento. Em um top four dos pontos a serem melhorados no Brasil, Gerdau apontou educação, governança, Custo Brasil e tecnologia.

 

Para o empresário, membro do grupo de controle da Gerdau e fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC), o "Brasil ainda está em marcha lenta frente as suas necessidades". Nisso ele tem razão, mas não só para as empresas, mas para todos os brasileiros, que enfrentam hoje o risco de conviver com uma inflação de dois dígitos - já estamos com o IPCA, o índice de inflação principal do País, atingindo 9,68% nos últimos 12 meses até agosto - e ainda taxa de desemprego de 13,7% no trimestre terminado em julho. São 14,085 milhões de desempregados no trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De volta às contas dos empresários, vem o Custo Brasil. Este, de acordo com Gerdau e cálculos do MBC, é de R$ 1,5 trilhão, 22% acima do custo europeu. Em frentes analisadas pelo Movimento, como a área tributária, de logística e de educação, cada uma se apresenta arcando com R$ 200 bilhões a R$ 300 bilhões. Daí, o brasileiro volta a ser envolvido nas avaliações empresariais. O estudo do MBC demonstra que o trabalhador só leva para casa 45% realmente do que recebe, o que resulta em um poder de compra baixíssimo frente à renda. 

Quando o assunto é a venda de produtos brasileiros para o exterior, a posição de Gerdau é de que o custo Brasil também é limitante. "É um absurdo pensar que a gente precise exportar esse Custo Brasil." A solução dada pelo empresário é muito simples: pegar um modelo lá de fora e aplicar aqui, saindo do modelo de impostos cumulativos. No entanto, o País não é tão simples assim. Uma fórmula mágica não existe, pois realidades sociais diferentes também requerem medidas diferentes. 

Enquanto empresários do setor de aço, agronegócio, tecnologia, construção e alimentos discutem custos e viabilidade econômica de seus negócios, a população conta moedas e também quer melhorar com um dia a dia sustentável, possível de viver uma vida melhor, em que o trabalho é bem remunerado e vale algo na hora de pagar as contas. 

 

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