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Rogério Ceni, o filho pródigo, a casa torna
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Rogério Ceni, o filho pródigo, a casa torna

Tipo Notícia
Rogério Ceni  (Foto: JL Rosa)
Foto: JL Rosa Rogério Ceni

.VIRADA a página do jogo de ontem à noite, hoje será a vez do Fortaleza, contudo, fora de casa, mais precisamente no Morumbi, cujo gramado Ceni conhece cada palmo. Foi lá, enfim, que ele viveu os melhores anos de sua vida como jogador, seguramente o maior ídolo que o São Paulo já teve. Esta página virou capítulo especial de sua história no clube paulista.

.HOJE ele tenta se afirmar como treinador, sonho que sempre acalentou. Sua primeira experiência, todos sabem, foi exatamente no São Paulo. Deu um tiro no pé. Não foi feliz, passou pouco tempo e ganhou novos ares. O Fortaleza lhe deu a guarida necessária. Hoje, Ceni, qual filho pródigo, volta a sua casa de tanto tempo. O São Paulo é outro e ele também.

.SÃO Paulo não passa por bom momento. Não seja por isso, o Tricolor também não. Os dois ainda engatinham no Brasileirão na busca de novos rumos e horizontes. Sem essa de querer se vingar do seu ex-clube. Primeiro porque não há motivo para tanto. Depois porque o desejo de Ceni é se cristalizar como técnico para alçar novos horizontes.

. LEVANDO em conta a tal lógica, dentro de sua casa o São Paulo é o favorito. Nem sempre funciona. Fortaleza pode até surpreender, quem sabe apagando a má impressão da estreia, mesmo e apesar de ser dentro do Castelão. Não surtiu efeito pela bola murcha que o Tricolor jogou. Merecia perder até de mais. Jogo de hoje, cedo da noite, conta outra história diferente, dentro daquela máxima de que cada partida é diferente da outra. Não fora assim, que graça teria o futebol?

Sem reação

. JOGO sem torcida, arquibancadas vazias, o Morumbi passa ser um campo neutro, ou seja, não haverá incentivo, nem gritos, nem reação dos torcedores de como receberiam Ceni. Vaiado não seria. Com indiferença, também não. Estará ali alguém que foi a cara de um São Paulo em seus tempos de glórias. Hoje o Tricolor Paulista é um time comum, sem grandes craques, nem mesmo ídolo para ser venerado. A crise técnica pela qual passa é a mesma que a maioria dos clubes. Quase todos estão nivelados. As exceções são raras.

Fator campo

.POR enquanto, não se pode fazer uma avaliação técnica de como será o Brasileirão deste ano. Não há bola de cristal que possa prever. Isso só poderá acontecer lá pela décima rodada e olhem lá. Falta de torcida transformou os estádios de futebol em cemitérios. Que jogador pode se sentir bem se não há torcedor na arquibancada, mesmo para vaia-lo ou chama-lo de perna de pau.

Página obscura

.RESUMO da ópera. Falta de torcida acabou com fator favoritismo por jogar em casa. Aliás, se querem saber não escondo — o Brasileirão deste ano é para ser esquecido, desde agora. Uma página obscura por conta desta pandemia, cujo fim não se enxerga sequer no horizonte através de uma gigantesca lupa.

Perna curta

.NÃO tenham uma síncope. Mais de 40 jogadores, até agora, contaminados pela Covid-19, após a primeira rodada, ainda incompleta. Mesmo a CBF dizendo que fazia do futebol um esporte de baixíssimo risco de contágio. Desde que o mundo é mundo, todos sabem que mentira tem perna curta.

Preço de banana

.CEARÁ faz as contas, embora tardiamente, de que mais cedo do que pensava, obrigatoriamente, terá que desovar o seu elenco, que é enorme, com folha rechonchuda. Motivo é simples de ser explicado. Na hora de triagem de se saber quem é quem, a maioria é ruim que dói. Então, a turma do come e dorme dobra esquinas. Há jogador ali que sequer entrou em campo. Nesses tempos de vacas magras, difícil é encontrar quem os queira. Nem por preço de banana e de graça ainda assim é caro.

Rastilhos

... CASTELÃO ontem à noite, uma voz cavernosa partida não se sabe de onde, gritou - "Chamem a funerária..." /// IMPRENSA esportiva, especialmente narradores esportivos, comem o pão que o diabo amassou. Entrada no Castelão apenas um. Pior vem agora — todos separados por três cadeiras na tribuna da imprensa. As vozes tonitruam pelos ares. Torre de Babel virou fichinha...

 

Foto do Alan Neto

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