Logo O POVO+
Brasileirão, trancos, barracos, Covid e algo mais
Foto de Alan Neto
clique para exibir bio do colunista

Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Brasileirão, trancos, barracos, Covid e algo mais

Tipo Notícia

.PASSADO o torneio das urnas, tão disputado quanto o do futebol, a bola voltou a rolar, ontem à noite, (Vasco 1x4 Ceará) logo cedo, pelo Brasileirão, quebrando um tal tabu que já demandava 6 anos, com direito a goleada, quem diria? No futebol, como na vida, nada é para sempre.

.SEM tempo a perder, a CBF quer disponibilizar de qualquer data para fazer a Série A tomar seu rumo, seguir em frente, mesmo aos solavancos, trancos e barrancos.

.MAS que rumo, se por enquanto há, isto sim, nuvens carregadas de incertezas, agravadas, agora, com a entrada da Covid, infectando inúmeros jogadores. Para se ter uma simples ideia, não há um clube que disputa a competição sem que vários jogadores tenham contraído o vírus.

.AINDA assim, o Brasileirão segue seu destino, sem saber onde vai parar. Dos dois times de ontem à noite, tanto Ceará quanto Vasco, perderam-se as contas de atletas infectados. O protocolo é aquele — 10 dias parados, isolado dos demais companheiros, cumprindo o ritual que todos conhecem.

MÃO NO FOGO

.FINDO o ciclo, liberado pelo departamento médico, voltam à ativa em ritmo mais lento, até que, outra vez, estejam em forma, entrem em campo para cumprir com suas obrigações profissionais. O temor do repique é afastado, embora ninguém garanta, nem mesmo as autoridades médicas. Quem tem coragem de botar a mão no fogo?

.POR ser um esporte de contato entre atletas, difícil supor quem está ou não infectado e possa transmitir. Claro que isso afeta psicologicamente, ricocheteando inclusive no rendimento do atleta.

.ERRO, contudo, é de origem, ou seja, a CBF deveria ter adiado o campeonato, a exemplo do que foi feito com as Olimpíadas. Perder um ano sem futebol não tira pedaço, pois se não há público nos estádios, o Brasileirão perdeu a graça e a pose.

.TESE segundo a qual houve exigências dos patrocinadores, principalmente das emissoras de TV, não se sustenta, levando em conta que a saúde é prioritária, em qualquer segmento da vida. Quanto não custa a realização de uma Olimpíada? Muitas vezes mais, claro. Seus promotores usaram do bom senso em adiá-las, correndo o risco de nem mesmo serem realizadas no próximo ano. A Covid está de volta em uma segunda onda, que muita gente teima em desconhecer.

QUE NOVA CARA?

.SEM tempo de respirar, pegando o bonde andando, o técnico Chamusca aproveitou o espaço de uma semana para tentar dar outra feição ao Fortaleza, vulgarmente conhecida como "nova cara". Cabe a pergunta ingênua — que nova cara pretende dar num time que passou três anos habituado ao figurino do ex-técnico Ceni?

. TOMO embalo com outra pergunta. De que maneira o Cuiabá, sob o comando deste mesmo Chamusca, atuava? Apoiado em que modelo tático? Difícil traçar paralelos ou fazer comparações em duas competições diferentes, de nível técnico distintos.

.ALGO, porém, precisava ser feito, pois em campo nunca se descobriu em qual modelo tático o Tricolor atuava. Não foi por falta de boa vontade do treinador, mas entre o que ele ditava e o que era praticado estabelecia-se uma enorme diferença. Respeitem a confusão reinante.

.EMBORA lutando contra o tempo, nada favorável pela maratona de jogos, Chamusca ao menos tenta mostrar serviço, principalmente a razão pela qual veio às pressas assumir o Tricolor, mesmo correndo riscos.

.EFEITOS desta mudança poderão ser sentidos, ou não, no jogo de amanhã contra o Corinthians, que vem fazendo um Brasileirão irregular, mais perdendo e empatando do que ganhando. Neste quesito, os dois estão, aparentemente, parelhos.

TEMPO QUENTE

.FERROVIÁRIO está em crise, mesmo após ter goleado o Imperatriz (7 a 0) e salvo a sua pele de ser rebaixado para a Série D. O feito foi comemorado, embora o Imperatriz não tenha vencido de ninguém, veio, apenas, cumprir tabela.

.DOIS dias depois estourou a crise com desentendimento envolvendo os três empresários que regem os destinos do clube.

.O CLIMA já vinha se tornando carregado faz tempo, embora nada transpirasse. Quando três cartilhas são lidas de cabeça pra baixo é o primeiro sinal de que chuvas e trovoadas estão à vista.

. COMO o objetivo do Ferrão era o de salvar a pele e permanecer na Série C, embora o sonho fosse subir de degrau, flertando com a Segundona. Aliás, até esteve por bom tempo no topo, até que tudo desandou.

.A TERCEIRIZAÇÃO de um clube, dividido por três cabeças, cada qual pensando de forma diferente, mais cedo ou mais tarde, a crise explodiria. Só não causou maior impacto porque, enfim, o Ferroviário está são e salvo na Série C, onde irá permanecer. Para quem não almeja grandes objetivos, está de bom tamanho, mesmo não saindo do mesmo lugar.

 

Foto do Alan Neto

Não para... Não para... Não para de ler. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?