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Seria a goleada do Ceará sobre o Vasco uma mera obra do acaso?
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Seria a goleada do Ceará sobre o Vasco uma mera obra do acaso?

Tipo Opinião

.PARA um time como o Ceará, cuja campanha tinha o carimbo da irregularidade, somada à imprevisibilidade, golear o Vasco da Gama dentro de São Januário não terá sido obra do acaso?

.POR etapas para ser melhor debulhado. Se é que em futebol dá para se entender ou explicar certas coisas inexplicáveis. Esta goleada foi uma dessas, para quem vem acompanhando a campanha alvinegra.

.PRIMEIRO porque os números da campanha mostram, e provam, que o Ceará nunca foi chegado a tais presepadas, nem dentro, quanto mais fora de casa. Daí a surpresa geral.

.ADEMAIS, o técnico Guto Ferreira, nunca foi chegado a vencer de goleada, privilegiando muito mais o placar diminuto (1 a 0, 2 a 0, 2 a 1). Daí para cima nem pensar.

.ISSO é muito normal em treinadores que formatam suas equipes pensando mais em atuar de forma defensiva do que de agredir o adversário, com futebol mais ousado. Risquem do seu mapa essa palavra.

.DESAFIAR não é o caso, nem chego a tal petulância, seria o caso de apelar para algum pesquisador, de preferência o Thiago Minhoca, mais perto de nós.

.QUAL foi o último jogo e qual o time comandado pelo Guto que ele tenha chegado a tanto? Sem querer desafiar a memória do Minhoca, ele terá dificuldade em encontrar.

.NÃO deslustra o feito alvinegro, evidente, de ter goleado a um adversário que, mesmo às quedas, condômino da zona de rebaixamento, enfim atuava em casa. Hoje em dia, com os estádios vazios, este quesito pesa muito pouco ou quase nada mesmo.

.MESMO assim dá para explicar o feito do Ceará? Nem dá, muito menos vou me dar a esse luxo. Venceu, goleou, subiu alguns degraus na tabela, livrou-se um pouco da sofreguidão de ficar olhando para o Z-4.

.CONVÉM não esquecer que o Ceará mandou a campo um time onde jogadores considerados imprescindíveis, tais como Charles, Fernando Sobral, lá não estavam. Não fizeram falta.

.PRÓPRIO Guto, na tradicional coletiva, onde as perguntas são arrumadas pra evitarem dissabores, saiu-se com argumentos de quem, até ele próprio, estava perplexo no que acabara de ver.

CACARECOS

.QUEM acompanha este mal ajambrado Brasileirão — os que têm paciência de Jó, bem entendido — sabe que o Vasco atravessa uma de suas piores fases (administrativa, financeira, técnica).

.CERCADO de problemas por todos os muros de São Januário, os reflexos ecoam dentro das quatro linhas, através de um time fraco de fazer tremer os alicerces da sua tradição.

.PROBLEMA do Vasco não meto a mão na cumbuca. Eles que são portugueses — com o devido respeito — que se entendam. Que saudades do falastrão Eurico Miranda que dava a vida pelo seu Vasco da Gama.

.VASCO de hoje, em desordem total, está somente os cacarecos, miragem distante do que foi num passado de tantas glórias e tradições.

COM QUE CARA?

.FORTALEZA x Corinthians, hoje à noite no Castelão, está muito mais cercado pela expectativa de se ver que nova cara o técnico Chamusca pretende dar ao Tricolor.

.AO encontrar a casa do Pici em desalinho, sua principal missão era a de recolocar móveis e utensílios nos devidos lugares. Não é tarefa fácil, embora não tão inglória assim.

.PRIMEIRO lugar — terá de se fixar num modelo tático que convenha à ocasião. Sabe-se que vai mesmo insistir num 4-3-3 com uma meia-cancha mais consistente que possa dar respaldo aos zagueiros. Neste modelo não pode faltar o muito bom Ronald.

.NA frente, terá de jogar com dois pontas abertas e um atacante infiltrado na área. Fácil de ser entendido na teoria, mais ainda na prática. Não poderá contar com o Wellington Paulista, outra vítima da Covid que encontrou nos clubes de futebol, um prato farto.

INCERTEZAS

.ADVERSÁRIO, Corinthians, não vem bem das pernas neste Brasileirão, tateando entre a turma do meio. Problema maior do clube paulista é de qualidade técnica, que parece ser a tônica dos clubes brasileiros. Corinthians de hoje é um amontado de incertezas.

BOCA DE FORNO

.NO Ferroviário, a crise ficou ainda mais aguda com a debandada dos três apoiadores, nos quais se respaldava o presidente Newton Filho. De roldão saíram o técnico Vilar e o gerente Jurandi Júnior.

.DESTINO incerto, sem condições de sozinho bancar o Ferrão, o presidente coral só vislumbra um caminho a seguir. Qual? Arrumar as trouxas, sem antes entregar os destinos do clube ao Conselho Deliberativo. O que já era ruim, ficou péssimo. Coitado do meu Ferrão!

 

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