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Como volta o Brasileirão após a parada de fim de ano
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Como volta o Brasileirão após a parada de fim de ano

Tipo Opinião

.DEZ dias de bola parada, enquanto um ano terminava e o outro começava, pode ter alguma vantagem, assim como não. Brasileirão será reiniciado a partir desta semana, espécie de emendar os pontos que ficaram soltos no meio do caminho.

.SITUAÇÃO não muda, claro, as posições dos clubes continuarão as mesmas, o bastão é passado adiante, qual uma corrida de obstáculos seguem em frente, até alcançarem a reta final. Lá por cima a situação parece definida, com a vantagem do São Paulo, mas há perseguidores. Dificilmente, perderá a pose.

.NÃO é um grande time, mas pelo menos o que vem demonstrando mais harmonia em suas linhas, apesar dos excessos irritantes de troca de passes. A persegui-lo o Flamengo, do Ceni, que joga as fichas do seu futuro como técnico, se conseguirá se afirmar ou não. Há quem duvide. Ele, soberbo como um sultão de araque, acredita no seu talento. Coisas de quem é arrogante.

.OUTRO perseguidor é o Atlético-MG do badalado Sampaoli. É seu segundo ano no futebol brasileiro. Começou no Santos e agora está em Minas. Impressão que se tem é a de que, por fazer os times que dirige jogarem em intensa velocidade feitos a corrida de touros da Espanha, acabam se transformando em exemplos de cavalos paraguaios. Aquele mesmo que dispara, vai perdendo fôlego até ser ultrapassado, com um palmo de língua de fora.

.TÍTULO ficará entre esse trio, embora não vejo como o São Paulo possa ter sobressaltos. A não ser que numa recaída do Fernando Diniz que, a borda do campo, as vezes parece um tresloucado, bote tudo a perder. Treinador que não segura a onda, passando tique-tique nervoso aos seus comandados, só vai se aquietar se lhe meterem uma camisa de força.

. OS que vêm mais atrás, subindo ali, descendo acolá, não passarão deste rame-rame por inconstância técnica ou falta de brilho - Palmeiras neste rol. Se ficarem entre os que irão pra Libertadores, já se darão por satisfeitos. Tudo pode mudar? Nem tanto ao céu, nem tanto a areia movediça.

TURMA DA ESPERANÇA

. DAÍ pra baixo entra em cena a turma da esperança quase perdida. Aqueles que ficam esperneando. Primeiro, por um lugar ao sol. Não conseguirão. Segundo, tentando salvar a pele, naquela de nem sobem para o próximo andar, mas podem despencar se o elevador enguiçar. Nesse rol a briga pode ser de foice em quarto escuro. Quem quiser que tente se livrar dos golpes disparados à esmo.

.FAVOR não me perguntarem quem faz parte deste rol. Uma cambada de equipes regulares, dois pés pra frente, dois pra trás, não explodem. Só aqui e ali surge uma surpresa, semelhante e um rato que entra em cena numa peça de teatro, causando correria quem está no palco e gargalhadas na turma das poltronas.

SALVE-SE QUEM PUDER

.DAÍ em diante, está em cena a turma do salve-se quem puder, contando migalhas de números que podem ganhar salvando suas peles para o próximo Brasileirão. Neste redil estão acoplados Ceará e Fortaleza, em desespero pela sobrevivência. Um com certa vantagem (Ceará) e o outro vendo fantasmas galopando em suas direção. Fortaleza, infelizmente, está entre eles. Ou começa a vencer ou se estrepará solenemente.

MUSEUS EMPOEIRADOS

.COMO sempre aconteceu em outros carnavais, o Brasileirão prepara algumas surpresas desagradáveis para clubes que se arvoram de grandes, pela tradição, pelos nomes que ostentam, pelas glórias de um passado que os ventos uivantes do Saara carregaram para bem distante. Ademais, quem vive de passado são museus empoeirados.

. EXEMPLOS de Vasco e Botafogo que, por formaram times medíocres, estão pagando caro agora, buscando uma tábua de salvação mesmo que cheia de furos, quadro semelhante a quem está se afogando e se abraça com o que está mais próximo. Se é pra morrer um, vão logo os dois pras profundezas da Série B.

.DESESPERO chegou a um ponto tal, que o Vasco foi atrás do Luxemburgo para transformá-lo em Messias. Não aquele que vocês estão pensando. Luxemburgo que saiu outro dia da cama, vítima da Covid, resolveu bancar o herói desta guerra de farrapos. Sua vaidade transcende aos cuidados com a saúde, sabendo-a debilitada.

.BOTAFOGO, outra ex-glória, trocou tanto de técnico que as contas foram perdidas. Não tem treinador bom, para cavalo que manca - parafraseando o grande Dimas Filgueiras.

.ENFIM, cuidemos do que é nosso, ou seja, Ceará e Fortaleza que salvem suas peles, livrando-os da mesma agonia de anos anteriores, quando a batalha insana de não cair se reprisa. Quem não forma time de qualidade, fica a catar pontinhos aqui e ali, num horizonte tão pequeno, quanto seus próprios sonhos e limitação financeira dos seus cofres. E com pandemia, arrebentou foi tudo.

A FACA E O QUEIJO

.FLORESTA que fez o primeiro jogo do ano, está à beira de trocar de divisão, saindo da quarta para a terceira onde o Ferrão ficou lá penando, de ruim que é. Ao vencer aqui o América/RN (2x0) no jogo de volta, está com a faca e o queijo na mão. Além da boa vantagem, tem um time que caminha por linhas certas. Mas em futebol o imponderável mora no sótão da casa mal assombrada...

 

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