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Olho do furacão, Brasileirão promete fortes emoções hoje e amanhã
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Olho do furacão, Brasileirão promete fortes emoções hoje e amanhã

Tipo Opinião

.A PARTIR de hoje o Brasileirão entra em ritmo de senta-levanta, ou seja, jogo atrás do outro, pois há um restante de calendário a ser cumprido, por cima de pau e de pedra. Como a pressa sempre foi inimiga da perfeição, credite-se na conta da pandemia para explicar o que às vezes não dá pra justificar. Vá lá que seja.

.PELA forma como a competição foi feita, aos pedaços, fugindo do caminho dos anos anteriores, onde seguia numa trilha só, acabou perdendo a graça. Coisas mal feitas e mal acabadas fatalmente redundarão nesta falta de motivação, beirando a apatia total. Para piorar, proibição de público nos estádios tirou totalmente a graça.

. CBF teve que inventar fórmula para atender não só ao interesse dos clubes, mas aos compromissos comerciais da televisão que é obrigada a vender seus produtos. A CBF pouco importa presença ou não de público. É o de menos para quem pensa em faturar.

.EXPLICA-SE. O que se arrecada nas bilheterias goteja uma porcentagem mínima do bruto, embora que juntando todos os jogos acaba por dar uma bolada nada desprezível. O resto é fatiado com as federações, que tiram sua parte do bruto, porque também comem do mesmo coxo. O líquido sobra para os clubes, através da tradicional porcentagem. É assim que funciona no futebol, sem possibilidade à vista de que um dia possa tudo mudar, a não ser com criações de Ligas. Mas isso não passa de folclore, beirando a utopia.

QUEM FOR POBRE...

.A PARTIR de hoje, até final de fevereiro, todos, indistintamente, estarão no olho do furacão da Série A, na desesperada busca por colocações melhores e em último desespero pela sobrevivência. Ninguém dela quer sair pra não se deparar com prejuízos financeiros incalculáveis. Descendo, por exemplo, pra Série B, jamais será a mesma coisa. Quem da importância a essa competição desenxabida se acima dela está a nata da nata, em alguns casos azeda, do futebol brasileiro?

.NO rol desta luta pela sobrevivência estão os dois clubes cearenses, já foi tido e repetido cansativamente. Torcedor é mais sábio que todos nós, metidos a sabichões como se fosse preciso ensinar ao torcedor o Credo.

.POIS bem. Nesta fase do "quem for podre que se quebre", esqueçam favoritismo deste ou daquele, inclusos aí os dois clubes da terra — Ceará e Fortaleza — apesar da boa margem do Alvinegro à frente do rival Tricolor. Nessas 11 rodadas podem acontecer reviravoltas inesperadas, levando em conta que o nível, com as raras exceções da regra, é quase o mesmo.

FARINHAS DO MESMO SACO

.TOME-SE como exemplo jogo de hoje, quando Sport e Fortaleza estarão de volta ao Brasileirão. Os dois sabem que precisam vencer e que o empate não será bom negócio para nenhum deles. A diferença é que o jogo é na Ilha do Retiro, do Sport, como se também fizesse alguma diferença, se não há público nos estádios. E se não há todos se emparelham, como farinhas do mesmo saco.

- FORTALEZA, de repente, surgiu com aquela história de quase todo um time ser acometido de Covid. Só não revela os nomes, por questão de foro íntimo. Assim como pode ser verdade, sem pôr em dúvida palavra de ninguém, podem estar blefando, naquela de enganar o adversário. E como os nomes não foram revelados, fica impossível saber quem contraiu ou não.

.COM ou sem Covid, o Tricolor estará em campo com 11 atletas. O Sport também. Se servirá de desculpa após o resultado, nem vai colar. A Covid tornou-se o epicentro do mundo. Por qual razão o futebol estaria isento?

.NO ranking da competição estão ali quase parelhas, com diferença mínima de um para o outro. Tradução: são forças equivalentes, por entre defeitos e virtudes, mais aqueles do que esses. Quem não forma elenco de qualidade, mais cedo ou mais tarde, come o pão que o diabo amassou. Não dou um centavo furado por favoritismo deste ou daquele. E se acontecer empate, que até cheiro tem, nenhuma surpresa.

PARADA DURA

.AMANHÃ será a vez do Ceará, dentro do Castelão. O adversário é o Internacional, que teve bom começo, deu a impressão de que desta vez chegaria ao pódio, porém perdeu o pique com o passar do tempo. Acredita que pode haver uma reviravolta, favorável a ele. Todos acreditam pois nenhum time do mundo entra em campo pensando ser derrotado por antecipação. E time por time, o Colorado, teórica e financeiramente, é superior. O que o credencia em alguma coisa, mas não em tudo.

CORDÃO UMBILICAL

.BOA nova aqui no futebol da paróquia é a volta da família Torquato ao comando do Guarany de Sobral. Este cordão umbilical é tão forte a ponto de, se pai e filho se dispersarem, como já aconteceu várias vezes, o Cacique do Vale despenca. Não há vida no Guarany sem eles.

.DE roldão estão levando Arnaldo Lira, com sua boa bagagem de experiência. Some-se a isso o temperamento explosivo, a ponto de anos atrás ter entrado entrado em campo para se engalfinhar com o árbitro. Uma cena que ficou pra história.

 

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