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Fortaleza ganha e ganha, mas panela segue acumulando pressão
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Fortaleza ganha e ganha, mas panela segue acumulando pressão

Pressão sobre Enderson Moreira, notório técnico torcedor, beira o injusto. Enquanto isso, Robinson de Castro, o Tio Patinhas, abre os cofres por colombianos e pela volta de Lima
Tipo Opinião
Dez entre dez tricolores parecem não ver a hora de Enderson Moreira ser demitido (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Dez entre dez tricolores parecem não ver a hora de Enderson Moreira ser demitido

- DESDE o tempo do ronca, quando a bola era de pito, o questionamento é sempre o mesmo. Time joga mal e vence. Time joga bem e não ganha. Neste imprensado todo, o alvo da vez é o técnico Enderson Moreira. Não é de agora. Desde que assumiu o comando tricolor já veio com a tarja de perdedor. Logo virou alvo preferido das críticas, que chegam a ser impiedosas. Até parece uma campanha dirigida e, vai ver, é mesmo.

- CHEGA a ser surreal a situação do técnico tricolor. Atiram-lhe pedradas de todos os lados, exigindo sua cabeça. Enderson Moreira segue firme e (por enquanto) forte. A diretoria faz ouvidos de mercador a tais campanhas. Não vê um motivo forte para dispensá-lo.

- QUE argumento forte teria para lhe dar o cartão vermelho? Nenhum. O Tricolor, pelo andar da carruagem, é o primeiro do seu grupo, com vaga quase sacramentada na Copa do Nordeste para a próxima etapa. Não é grande coisa, mas pior seria.

- É BEM verdade que ele, Moreira, em nenhum jogo repetiu a mesma escalação, dificultando ainda mais o entrosamento da equipe. Seu argumento é o de que faz rodízio entre os jogadores até encontrar a formação ideal. Já se perderam as contas de quantos jogos o Tricolor sempre apresenta uma equipe diferente, mesmo assim permanece no pódio.

CARA PRA LUA

- OUTRO argumento, quase pueril, é o de que sem uma escalação fixa, o time dificilmente encontrará o tão desejado entrosamento. Este argumento para o técnico tricolor não cola, se a equipe que ele lança, via de regra (que palavra!) vence, mesmo quebrando a bola. De duas, uma. Ou ele tem na testa a estrela da sorte ou nasceu com a cara virada pra lua.

- ENDERSON parece indiferente à saraivada de críticas, inclusive robustecida nas redes sociais, onde o volume de protestos é bem mais volumoso. Raro se achar algum torcedor que dê aval ao trabalho que realiza. Ele passa por cima de todas elas, como se não fosse com ele. Mas ainda assim o Fortaleza só perdeu uma. E se não perde que argumento terá a diretoria pra dispensá-lo? Vai vencendo mesmo aos trambolhões, como aconteceu com o 4 de Julho, no Albertão. Pra compensar ainda teve a ajuda do árbitro, ao anular gol legítimo do time de Piripiri. Mas aí, quem mandou não ter VAR?

CONFEITANDO O BOLO

- NAS coletivas de praxe, pós-jogo, Enderson Moreira conta outra história totalmente diferente do que foi a partida e a produção do seu time. Não é só ele. Qualquer técnico que se preza, mesmo os que estão a caminho do cadafalso, sabem confeitar o bolo à sua maneira. E Enderson usa de argumentos tão fortes, capazes de convencer. Aos leigos, evidentemente. Basta estribar-se nos números, que são favoráveis ao Fortaleza, para tratar de salvar sua pele.

- ELE sucede o Chamusca, cuja passagem foi catastrófica. Com ele, o Fortaleza não saía do canto, perdia mais do que sequer empatava. Em matéria de lero-lero, Chamusca é imbatível. Só pode ter sido orador da sua turma.

- QUANTO ao histórico de Enderson Moreira, a diretoria do Fortaleza sabia mais do que ninguém, ainda assim resolveu correr o risco. Talvez porque o mercado estivesse encharcado e Enderson, o único disponível, e mais barato, pra vir assumir imediatamente a equipe. Sua fama de perdedor ele carrega em seu alforje. A diretoria também sabia disso. Mesmo assim apostou as fichas. Por enquanto, não tem do que reclamar. A primeira travessia do Nordestão ficou pra trás.

COFRE CHEIO

- NINGUÉM sabe mais juntar dinheiro no cofre do que Robinson de Castro. Dinheiro ouvindo a conversa, a prosa é outra. Gastou uma boa bolada rechonchuda para reforçar o Ceará na temporada. Só do futebol colombiano vieram dois. Correm feito uns disgramados. Quem apostar corrida com o Mendoza, por exemplo, come poeira. O outro, Gonzalez, nem tanto. O primeiro caiu nas graças da torcida desde a estreia contra o Fortaleza, quando deu uma canseira no seu marcador. Pra completar, joga sorrindo o tempo todo, como se estivesse num parque de diversões.

- A REBOQUE dos novos reforços, requentou Lima, agora em definitivo. Pode ter feito uma grande tolice, mas como o preço era de ocasião, pois dele o Grêmio queria se livrar após dois empréstimos, o presidente alvinegro aproveitou a pechincha pra fisgá-lo de vez.

- LIMA é aquele tipo de jogador que não empolga, mas também não decepciona, contudo, caiu nas graças do técnico Guto Ferreira, que tem lugar pra ele em seu time. Jogador apadrinhado pelo treinador já leva uma baita vantagem sobre os demais.

- HÁ dois aspectos nesta volta. Primeiro — jogador quando vem emprestado mostra serviço pra poder ser comprado de vez. Lima jogou a isca e o Ceará o fisgou. Segundo aspecto. Comprado em definitivo, com poucas chances de ser negociado pra outro clube, acomoda-se pelo emprego garantido. Nas duas passagens que teve pelo Ceará, Lima nem brilhou, mas também não decepcionou. Não será diferente agora.

 


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