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Campeonato Cearense: num balaio só
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Campeonato Cearense: num balaio só

Em quatro partidas, total de 22 gols. Nunca as redes balançaram tanto e para todos os jogos.
Tipo Opinião
Fortaleza é o favorito na semifinal contra o Atlético-CE e busca tri Campeonato Cearense (Foto: Aurelio Alves/O POVO)
Foto: Aurelio Alves/O POVO Fortaleza é o favorito na semifinal contra o Atlético-CE e busca tri Campeonato Cearense

- CONTADOS nos dedos foram exatamente 22 gols - pasmem - na rodada que definiu os clubes que irão para a semifinal do Campeonato Cearense. Em quatro partidas, total de 22 gols. Nunca as redes balançaram tanto e para todos os jogos. Houve até briga campal em Pacajus pra animar a festa. Nada, porém, que levasse alguém pro xelindró, embora devesse.

- DEU aquilo que já se esperava numa competição feita aos trambolhões, a ponto até mesmo, de preencher uma segunda-feira em quatro locais distintos. Como havia escassez de tempo, o jeito foi juntar tudo num balaio só, em diferentes locais.

- ATÉ o Castelão, cuja grama está sendo cada vez mais castigada, abrigou a goleada do Fortaleza sobre o Icasa. Sem surpresa. O Verdão do Cariri fez apenas mera figuração, a exemplo do Crato. Para evitarem o vexame, antes tivessem se licenciado. Difícil escolher qual dos dois o mais fraco e o pior.

- CEARÁ teve que levar seu jogo com o Atlético para o estádio Carlos de Alencar Pinto, de sua propriedade, que está lá do jeito que o Bachá deixou, há mais de quatro décadas. Menos mal não tenha chovido, O estrago estaria feito. O Ceará cumpriu seu papel também goleando o Atlético, em ritmo de treino. Jogou com os reservas diante de um adversário de quem se esperava algo melhor.

- FERROVIÁRIO foi quem passou por maus momentos para vencer o brioso Pacajus por 2 a 1, só assim carimbando sua vantagem na semifinal. O clima estava tão quente dentro de campo que pancadaria foi o que não faltou. Ao final briga entre os jogadores, diante de uma arbitragem cheia de falhas. Tudo colaborou para que terminasse de forma vergonhosa.

- ENTRE mortos e feridos, todos se salvaram, ninguém foi preso, Ferrão classificado, Pacajus ficou na vontade, mas de todas as equipes o Interior disparadamente a melhor delas. Se servir de consolo, podem ficar a vontade. Detalhe - esta derrota do Pacajus acabou ajudando o Atlético a se classificar para a semifinal. Imerecida, vá lá que seja. Cumpra-se o regulamento tão tosco como a própria competição.

- RESUMO da ópera, Ceará, Fortaleza, Ferroviário e Atlético cruzam a linha de chegada. Os favoritos como sempre, tricolores e alvinegros. O Estadual sequer serve para provocar uma surpresa, digamos assim, desagradável. Até dá a entender que as cartas já estão previamente marcadas. Aconselho a ninguém botar a mão no fogo.

LENÇOL CURTO

- COMO a história do lençol curto que não cobre as pernas, a final terá um prazo fatal para seu encerramento determinado pela CBF, quer dizer, até domingo os campeões em todo o Brasil terão que ser conhecidos.

- TRAGADO pela implacável poeira do tempo, perdeu-se entre as trevas o encanto que o nosso campeonato ainda provocava. Aos olhos do torcedor, então, a prioridade agora é outra, com a chegada da Copa da Brasil, Brasileirão. Para completar o circo, a Sul-Americana, desde que dentro dela esteja um clube cearense.

- HÁ dois anos, o fato se repete. Isso posto, o Estadual, em termos de atração, perdeu seu brilho e seu encanto. Nem pra motivar serve mais. Os próprios clubes, com o respaldo de uma federação inócua, colaboraram para tudo isso. Restou, apenas, o rótulo do título e uma taça para ser colocada na sala de troféus, dentre as tantas que lá estão entupidas de teias de aranha.

CAIU NAS GRAÇAS

- TRÊS vitórias seguidas, inclusa aí a principal delas, clássico contra o Ceará, o técnico argentino Juan Pablo caiu nas graças da torcida do Fortaleza. Não era pra menos, após as gestões desastrosas de Chamusca e posteriormente Énderson Moreira, duas péssimas heranças.

- MAS, afinal, o que ele tem que os outros não tinham? Simples explicar. Deu nova feição tática a equipe, aos poucos está aplicando a tradicional garra e intensidade do futebol argentino, que os jogadores resolveram se adaptar, mesmo que a contragosto de alguns. Para os mais acomodados bem entendido.

OLHO DO DONO

- NÃO bastasse tudo isso, resolveu morar na concentração com sua Comissão Técnica para vigiar tudo o que se passa. Só não deu pitaco ainda no cardápio, como o Ceni fazia. Parafraseando bordão antigo - o olho do dono é que engorda a cria.

- PELO sim, pelo não, desde que Juan Pablo (ele prefere ser chamado assim) o ataque do Fortaleza reencontrou o caminho das redes até com certa fartura. Em três jogos 14 gols. Até o Romarinho voltou a balançar as redes. Falta só o Osvaldo aguentar jogar dois tempos...

BOCA DE FORNO

- ROBINSON de Castro precisa dar um visual novo a sede do Ceará. Por onde anda, por exemplo, o hotel que foi construído na gestão Antônio Goes, com requintes de 4 estrelas?

- REZA a lenda que os jogadores o abominavam. Primeiro, pela solidão. Segundo, porque o barulho dos trens incomodava o sono leve a reparador de cada um. Em muitos, aliás, provocava terríveis pesadelos...

 

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