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Ceará vence Atlético-MG no último gongo na base do vale-tudo
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ceará vence Atlético-MG no último gongo na base do vale-tudo

No Castelão, Alvinegro contou com falhas de Éverson para se reabilitar na Série A
Tipo Opinião
Com gol no último lance, Ceará bate Atlético-MG em Fortaleza (Foto: )
Foto: Com gol no último lance, Ceará bate Atlético-MG em Fortaleza

.TERIA sido injusto o Ceará perder aquele jogo de ontem à noite contra o Atlético-MG, mas por pouco não empata, o que também não seria justo. Até o último minuto, o Alvinegro correu atrás de desempatar, até sair o gol da vitória, mesmo no sufoco, em cobrança de falta batida por Vina. O zagueiro Gabriel Lacerda veio de trás e cabeceou pras redes do goleiro Éverson, que deu, aliás, colaboração inestimável. Faltou-lhe reflexo pra cortar o lance que era todo seu.

.FOI o segundo gol tão esperado, tão buscado, porém de forma desordenada. O Ceará continua tropeçando em seus próprios erros. A vitória de 2 a 1 saiu no abafa, quando já não se esperava mais nada. No sufoco, quando podia ter sido bem mais fácil se o Alvinegro tivesse mais coordenação em suas linhas. Não tem e reside aí precisamente seu pecado mortal.

COMPLICANDO O SIMPLES

.DIANTE de um adversário de quem se esperava muito mais, o Ceará complicou o simples. Se o Galo está esperando ser campeão do Brasileirão após mais de 50 anos de espera, pode aumentar a fila de espera. Primeiro por ter vindo com a finalidade de não perder e o empate já seria bom resultado. Abriu espaços para o Ceará atacar, quando empatou, apostando, quem sabe, no desespero do time da casa.

.DESESPERO veio a galope, se instalou, o Ceará entrou em parafuso pois precisava daquela vitória pra aliviar sua situação na competição, onde não vem bem das pernas. O jeito foi tentar de todas as maneiras o desempate.

.NAS quatro linhas a equipe desonerou-se, as substituições feitas não surtiram o efeito desejado. Guto continua insistindo não só no modelo tático, optando pela precaução, deixando de lado a ousadia. Não faz seu gênero, nem ele parece ter o menor interesse em mudar. As substituições são pontuais, quer dizer, as mesmas de sempre, mudando volante por volante, atacante por atacante, por aí vai.

PRIMEIRA IMPRESSÃO

.COMO nem sempre em futebol a primeira impressão é a que fica, o gol de Lima, logo no primeiro tempo, deu ao Alvinegro o alento de que podia ampliar a vantagem diante de um adversário, digamos assim, catatônico. Até podia, sim, não fora a falta de apetite de tentar ampliar o marcador.

.CHANCES não faltaram, infelizmente perdidas. O Ceará parece ter medo de vencer por um placar mais amplo, quando o 1 a 0 já lhe bastaria e ficaria de bom tamanho. Este é o pecado maior da equipe, tantas vezes repetido. O que lhe falta em ousadia, sobra-lhe em precaução demasiada. A ordem que vem do banco é pra segurar a vantagem, deixando o campo aberto para o adversário, se for o caso, ao menos empatar.

PECADO REPETIDO

.ESTE pecado não vem de agora, se repete sempre em quase todos os jogos. Não há meio do seu técnico se inovar ou se renovar. Tem treinador assim e o Guto está nesta fila interminável deste futebol brasileiro. Sempre foi assim, por onde passou, não seria agora que iria mudar.

.VITÓRIA de 2 a 1 alivia a situação, faz o Ceará subir três pontos na tabela, mesmo diante de um adversário que hoje joga mais com o nome e a tradição. O Atlético-MG é um time que zanza entre o regular e o ruim. Porém, se a vitória faz o Ceará sentir-se mais aliviado, fica no ar a pergunta se o fará mudar sua postura em campo. Podem descartar esta hipótese.

.QUANDO uma equipe de futebol não radicaliza, isto é, não muda sua postura de ser, não opta por outros modelos modelos táticos, as esperanças se estancam e param por aí. A agonia vivida ontem à noite pra chegar a uma vitória sobre o time mineiro não é indicio de que haverá mudanças. Preferível esperar sentado.

.NÃO foi um mal jogo, embora pudesse ter sido melhor. É visível a falta que um atacante faz naquele ataque do Ceará. Saulo Mineiro é esforçado, luta pra se firmar, mas não é o ideal. E quem vem atrás deles, tais Jael ou Vizeu, preferível mesmo ficar com o menos ruim.

.DE que adianta ter uma meia-cancha bem postada, uma zaga que, mesmo na base do salve-se quem puder, dá para os gastos, se o poder de fogo é pífio. O castigo dado a Vina para escalar Jorginho pouco ou nada adiantou. Jorginho é um meia apenas razoável e Vina, mesmo atravessando má fase, deixá-lo no banco faz piorar as coisas.

.ENFIM, a vitória (2 a 1) premiou o menos ruim. O gol feito no sufoco e no desespero, na chamada última bola, tanto podia ter acontecido, quanto não. Bom para o Ceará, que precisou ter um zagueiro vindo lá de trás pra resolver a situação, ajudado pelo goleiro Éverson. Aquele mesmo que passou pelo Ceará, poucos anos atrás. Continua repetindo os mesmos pecados de sempre. Debaixo das traves é uma coisa. Quando se atreve a sair jogando é um desastre. Falhou nos dois gols.

.Bom para o Ceará, péssimo para o Galo mineiro.

BOCA DE FORNO

.IMPIEDOSA imprensa carioca não perdoa o Flamengo ter derrotado o Fortaleza apenas por 2 a 1. Queria goleada. Não que Ceni tenha caído na desgraça dos rubros-negros. Vence, sim, convencer é que são elas. A geografia massacrante.

 

Foto do Alan Neto

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