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Começo, meio e fim para Bahia 4x2 Fortaleza
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Começo, meio e fim para Bahia 4x2 Fortaleza

Para quem vinha embalado no Brasileirão, jamais se esperou uma atuação tão apagada dos comandados de Vodjova.
Tipo Opinião
Técnicos argentinos Juan Pablo Vojvoda e Diego Dabove se cumprimentam antes do jogo Bahia x Fortaleza, em Pituaçu, pelo Campeonato Brasileiro Série A (Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia)
Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia Técnicos argentinos Juan Pablo Vojvoda e Diego Dabove se cumprimentam antes do jogo Bahia x Fortaleza, em Pituaçu, pelo Campeonato Brasileiro Série A

INCRÍVEIS as coisas que acontecem no futebol. Havia mais de 38 anos, isso mesmo, que o Fortaleza não conseguia vencer o Bahia dentro do território baiano. Tanto tempo assim dá até pra desconfiar se não há um pouco de exagero. Não há. É vero.

ACONTECE que ainda não foi desta vez que o Tricolor cearense conseguiu quebrar este tabu indesejável. Pelo contrário. O placar foi mais elástico com total domínio do Bahia do começo ao fim do jogo. Em campo o Fortaleza esteve simplesmente patético, vendo o adversário colocá-lo na roda.

O ESTRAGO SERIA MAIOR

PARA quem vinha embalado no Brasileirão, jamais se esperou uma atuação tão apagada dos comandados de Vodjova. Daquele time intenso e agudo sobraram cinzas. E olhem que o Tricolor baiano não é esses balaios todos. Imaginem se fosse. O estrago seria muito maior.

NÃO bastasse tudo isso o goleiro Boeck resolveu dar duas colaborações inestimáveis em dois gols do artilheiro colombiano Rodallega que entrou no lugar do goleador Gilberto. O quarto então foi um daqueles presentes de Papai Noel. Boeck deve perder a posição definitivamente depois dessas duas patuscadas.

ALIÁS, sair do gol pra cortar um lance de bola rasteira, dentro da área, nunca fez seu gênero. E não é sua praia. Pelo contrário. Sempre foi seu ponto mais vulnerável, daí não ter tido vez com Rogério Ceni que optava por Felipe Alves, quando de sua gestão à frente do Fortaleza.

NEM A SOMBRA

ISSO é muito comum em goleiros de futebol. Nenhum deles é perfeito pois não há perfeição nem na vida, quanto mais em se tratando de futebol, embora não se deva só imputar a dele a culpa total. O Fortaleza em si foi uma verdadeira lástima, simplesmente irreconhecível e catatônico. Era aquele mesmo o time tão sonhado pelo Vodjova? Nem a sombra.

INICIO da partida o Bahia já surpreendeu com a ausência de Gilberto, seu grande ídolo e artilheiro. Vetado pelo departamento médico, o jeito foi apelar pro colombiano Rodallega, para a torcida um mero desconhecido.

QUEM, por acaso imaginou, que a ausência do Gilberto, quebraria as forças do Bahia, também enganou-se redondamente. Bom deixar claro. Não foi o Bahia que atuou ruim, sim, o Fortaleza abaixo da crítica, com futebol de baixo teor de ofensividade, sendo barrada suas iniciativas logo ali na meio campo, onde o clube baiano tratou de formatar um cinturão de apoio a defesa.

ADICIONE-SE a isso o fato de o Fortaleza estar totalmente desalinhado em seus setores, a partir de insegurança de Boeck, a falta de criatividade da meia cancha e um linha ofensiva ruim de doer. Um prato cheio para o Bahia que, não demorou a se impor dentro do Pituaçu, sem muita dificuldade.

CURTO CIRCUITO

BEM que Vodjova tentou escalar o Fortaleza da forma como sempre o faz, acontece que desta vez o resultado foi pífio. Os setores pareciam se embaralhar, como se desse um curto-circuito entre todos eles. Ninguém conseguiu se salvar, muito menos as mudanças que foram impostas pelo seu treinador.

COINCIDÊNCIA do destino do outro lado havia no comando do Bahia também um argentino que atua de forma muito semelhante ao do seu colega tricolor. Só que time por time a superioridade foi nítida e insofismável do clube da Boa Terra. Nem o Bahia esperava chegar a tanto, especialmente pela ótima atuação do colombiano que entrou no lugar de Gilberto.

NÃO esquecer ter sido ele o autor dos quatro gols do Bahia, feito que nem ele acreditou poderia acontecer. As chances foram surgindo, ele mandando pras redes. Ainda por cima contou com a ajuda do goleiro Boeck em atuação tão lastimável que ele jamais esquecerá.

NÃO custa lembrar que o Bahia ainda perdeu uma penalidade através de Rodriguinho, por ter chutado pessimamente. Era o primeiro sinal de que o Tricolor baiano que não estava ali pra fazer graça. Pênalti, enfim, se faz, se perde, recupera-se depois através de gols, até se estabelecer o placar final.

NA gestão atual do argentino Vodjova, foi este seu maior vexame. Deve ter pensado uma coisa e foi outra bem diferente, dentro do contexto de surpresas que uma partida de futebol encerra em seus dois tempos de jogo. Menos que o Bahia seja tão superior assim ao Fortaleza, sim porque se o Tricolor cearense foi a campo dele ninguém tomou conhecimento, tão fraco seu desempenho. Estava ali, não aquele Fortaleza audacioso, por vezes voraz, outras tantas dinâmico. Estava ali, isto sim, uma caricatura de time.

FAZ parte deste Brasileirão cheio de curvas e abismos em seu itinerário traçado por linhas absolutamente tortas cada qual buscando, desesperadamente, um lugar ao gol. Fortaleza continua em sua posição privilegiada, enquanto o Bahia busca se reencontrar e diminuir a desvantagem de pontos acumulados ao longo da competição.

DONO DA FESTA

- JUNTANDO tudo isso, faz parte de um campeonato cheio de imprevisibilidades e outras deverão vir por aí. Não ficará só naquele resultado, nem na apagada atuação de Boecek, muito menos na volúpia de um colombiano veterano que ninguém conhecia e acabou sendo o dono da festa. O Gilberto que se vire para ter de volta o seu lugar, até então, intocável.

Foto do Alan Neto

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