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Campeonato Brasileiro vira fim de festa após título do Atlético-MG
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Campeonato Brasileiro vira fim de festa após título do Atlético-MG

Com título já assegurado para o Galo, resta aos demais lutarem pelos prêmios de consolação, sejam na Libertadores, pré-Libertadores ou Sul-Americana
Hulk e Keno, duas vezes, anotaram os gols do título do Galo (Foto: Pedro Souza / Atlético)
Foto: Pedro Souza / Atlético Hulk e Keno, duas vezes, anotaram os gols do título do Galo

CONQUISTA, por antecipação do Atlético-MG, a partir de agora o Brasileirão perdeu a graça. Aliás, de há muito, quando o Galo abriu larga vantagem sobre os demais, quem viesse atrás que buscassem Libertadores, a Pré e finalmente a Sul-Americana. Competição completamente fatiada perde a graça, mais ainda se um clube toma larga dianteira.

PRECISAMENTE o que aconteceu este ano, embora não fosse a primeira vez, muito menos será a última. Critério de pontos corridos, contra o qual tanto me bato, é o mesmo que pregar no deserto de Saara ou fazer sermões pros peixes. A caneta não é a minha.

FIM de festa, ainda como mais três rodadas pela frente, inclusa aí a partida de ontem à noite entre Fortaleza x Juventude, muito mais para cumprimento de tabela.

OS que buscam vaga na Libertadores já estão com suas posições quase garantidas, ou totalmente, incluso neste rol o Fortaleza, salvo se houver um monumental terremoto, algo difícil, mas não impossível, de acontecer. Grandes surpresas? Poucas. Sim, pois caso contrário o tédio seria mil vezes maior.

TORNEIO bom é aquele em que as forças se equivalem, levando a uma disputa mais acirrada. Bem diferente de quando um dos participantes toma distância, dispara, mesmo porque não tem a menor culpa de haver se preparado melhor que os outros. Menos que o Galo fosse tão superior assim aos demais, os outros é que não qualificaram suas equipes.

MARCA DE QUALIDADE

ATLÉTICO-MG, certamente, foi o que mais bem se preparou, azeitou suas peças, contratou bom técnico, Cuca. Como jogador, atuando na meia-cancha não foi um grande craque, longe, porém de ser bonzinho, esforçado ou perna de pau. Ao longo dos anos, dirigiu várias equipes, sempre deixando boa marca. Este é o primeiro Brasileirão em sua carreira.

QUEM, a rigor, apostaria suas fichas no inicio do Brasileirão no clube mineiro? Sequer estava no rol daqueles que entram na chamada bolsa de apostas como candidato ao título. Exceção, claro, da sua torcida, enorme, mas sempre com um pé na frente outro atrás.

MEIO SÉCULO

CLARO que não é isso que irá tisnar a campanha do Galo, muito menos da sua conquista. Longe deste título, 50 anos atrás, quer dizer meio século, quando seu técnico era Telê Santana, famoso por formatar boas equipes, mas nunca deu sorte no comando da seleção brasileira. Suas duas experiências foram frustrantes, em Copa do Mundo, mas aí é outra história. Coisas que a poeira do tempo levou, contudo não apagou da história.

CHÃO DA REALIDADE

FORTALEZA, ontem à noite, contra o Juventude, amanhã será a vez do Ceará enfrentar, aqui no Castelão, o América-MG. Ambos fazem campanha parecidas, não brilham, mas também não decepcionam. Estão em busca de uma vaga na Libertadores, um tanto difícil, quem sabe numa Pré ou em última hipótese, à guisa (que palavra!) de consolo, uma Sul-Americana. Talvez, quem sabe, esta seja a hipótese mais viável para o Ceará, por exemplo.

BRASILEIRÃO, cujo chão da realidade é duro, revela mil e uma surpresas agradáveis, outras tantas mil decepções, normal em campeonato de tiro longo. Menos mal para a dupla cearense, que não decepcionou, com maior vantagem do Fortaleza, mesmo com a carência de um elenco de melhor qualidade.

CEARÁ cometeu alguns erros imperdoáveis, apesar de ter um elenco mais bem encorpado, mas demorou muito a fazer mudança em seu comando técnico. Guto Ferreira foi um atraso, mesma coisa que se repete agora no Bahia. A mudança, um pouco tarde, para Tiago Nunes, pouca coisa acrescentou, apesar da alavancada, respirando aliviado quando safou-se do abismo, quase próximo.

CAFÉ FRIO

FIM de campeonato é assim mesmo, emendando com final de temporada, época natalina, dezembro esfuziante, o futebol começa a perder sua graça e o torcedor a sua motivação, A beira de um estresse torcendo para que tudo se acabe, quem sabe no próximo ano o panorama mude para melhor.

AO menos, aí vem o consolo, se safaram do espectro do rebaixamento após a ultrapassagem da fronteira dos 45 pontos, aliás maior objetivo de clubes que têm suas limitações técnicas e financeiras. Quem por acaso se lembra de um clube nordestino que tenha alcançado, até hoje, um título de expressão nacional?

NÃO bastasse tudo isso, duas equipes entrarem em campo para cumprimento de tabela, sem maiores sonhos ou outros objetivos mais ambiciosos, tem gosto de café requentado do dia anterior...

 

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