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Ao por do sol do Campeonato Brasileiro, Fortaleza e Ceará reservam viagens
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ao por do sol do Campeonato Brasileiro, Fortaleza e Ceará reservam viagens

Tricolor já tem passagens compradas para a Libertadores em 2022, enquanto o Alvinegro sonha com o mesmo destino, mas deve ir parar de novo na Sul-Americana
 Ceará e América-MG se enfrentam pelo Brasileirão Série A 2022 hoje, 1º; onde assistir ao vivo e horário do jogo. (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Ceará e América-MG se enfrentam pelo Brasileirão Série A 2022 hoje, 1º; onde assistir ao vivo e horário do jogo.

FUTEBOL cearense nada tem do que reclamar neste por do sol do Brasileirão, a caminho da sua última etapa. Os dois clubes, Fortaleza e Ceará, dentro das limitações de cada um, cumpriram suas missões. Mais o Tricolor do que o Alvinegro. O primeiro, então, numa campanha que chegou a surpreender a todos, pelo lado positivo.

TANTO assim que cravou, antes mesmo do encerramento do torneio, sua chegada à Libertadores, coroando a campanha com muito brilho. Talvez nem fosse este o pensamento maior quando a competição teve início, meses atrás. Quem sabe alcançar a meta dos 45 pontos, salvando-lhe a pele para o próximo ano. Para surpresa até mesmo da sua grande torcida, foi bem além do esperado.

VITÓRIA sobre o Juventude (1 a 0) carimbou em definitivo a presença do Fortaleza na Libertadores, algo que, vai ver, jamais tinha passado por sua cabeça. Sabe lá o que está embrenhado entre os seis melhores clubes deste Brasileirão tão repleto de surpresas. Mas o Tricolor chegou lá com todos os méritos, deixando para trás alguns clubes de expressão nacional e de maior porte. Um feito que entrará para a história.

PEGADAS À DISTÂNCIA

CEARÁ, rival maior, que ontem à noite enfrentou no Castelão o América-MG, seguiu-lhe as pegadas, um pouco distante, sem lhe trazer tantas ameaças. Após a chegada de Tiago Nunes, que deu uma arrumada, à sua maneira, na casa, até galgou algo mais.

ENQUANTO o Fortaleza se consolidava a cada rodada, o Ceará debatia-se para safar-se da sombra aterradora de um rebaixamento que andou rondando pelas bandas de Porangabuçu. Esta reação só começou a pintar após aquela vitória sobre o Fluminense, somada à aterrissagem do novo treinador.

ESTE Brasileirão, já em seus estertores, deverá contar mais outras histórias que o tempo tratará de revelar. Fundamental, em tudo isso, é que os dois clubes cearenses carimbassem seus respectivos passaportes para a próxima temporada. Fato de um brilhar mais que o outro, em nome da rivalidade acirrada, tem, sim, sabor especial. Sabe como é. Em rivalidade, tudo conta. Que a campanha tricolor foi superior, isso, também, é inconteste.

PAIXÕES & SENTIMENTOS

IMAGINEMOS o futebol sem rivalidade, como não seria? Um tédio terrível. Isso vem desde os tempos da bola de pito ou das inesquecíveis peladas de beira de praia ou de ponta de calçada. Agora, procurar os motivos pelos quais um foi superior ao outro, pelo critério de pontos corridos, o mais justo de todos eles, requer, sobretudo, um exercício de memória, debulhando acertos de um e erros do outro.

OCORRERAM, sim, para explicar e justificar essa diferença, mas isso requer um trabalho de paciência de monge, catando as minúcias que determinaram a vantagem de um sobre o outro. Contudo, nada que tisne a campanha do Ceará, principalmente por ter sabido se reabilitar antes que acontecesse uma catástrofe.

GATO & RATO

OU alguém vai achar que um rival ficará torcendo para que o outro permaneça na mesma competição, mesmo que mais distante em termos de colocação? Remete à rivalidade entre o gato e o rato, um fugindo pra não ser devorado pelo outro. No caso aí, a busca pela corrida de mais pontos ganhos, estribado numa posição de maior relevância. Sempre foi assim, jamais será diferente. Este ano o aquinhoado foi o Tricolor.

AO Ceará, após o empate de ontem à noite diante do América-MG, caberá ir em busca de uma competição internacional, a exemplo do que aconteceu ano passado, quando aterrissou na Sul-Americana. Poderá repetir o feito ou ir um pouco mais além. Difícil, mas não impossível.

E O GOL NÃO SAIU...

NÃO foi por falta de vontade e muito esforço do Ceará na tentativa de derrotar o América-MG, ontem à noite, no Castelão. Atacou, sim, de forma desordenada e chutes descalibrados. Desespero, em futebol, é uma faca amolada de dois gumes.

ACONTECEU até um gol de Cléber, anulado pela arbitragem. Depois daí o Ceará mandou-se pra tentar balançar as redes do adversário. Contudo, o grito de gol pra valer ficou entalado na garganta da torcida alvinegra, que compareceu ao Castelão em bom número, na tentativa de ajudar, com seu incentivo, o Alvinegro a vencer. Em vão.

AO time mineiro coube se retrair, sair na base do contra-ataque, tirando proveito da ansiedade que atormentava o Alvinegro. Resultado de 0 a 0 pode até não ter feito justiça ao Ceará, mas para o América-MG o importante era não perder dentro de um Castelão borbulhante feito um caldeirão.

BOM jogo, sim, se visto pelo lado da vontade do Ceará de vencer, diante de um adversário disposto a esbaforir-se até a última gota de suor pra não perder.

Fazia tempo não se via um 0 a 0 tão disputado e recheado de emoções.

 

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