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A última rodada do Brasileirão 2021 em plena quinta-feira
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

A última rodada do Brasileirão 2021 em plena quinta-feira

A cada ano, uma invenção diferente, torta, fora de linha. Isso posto significa dizer que passaremos um fim de semana sem bola rolando, algo um tanto incompreensível e o torcedor a ver navios
Ceará e Fortaleza estreiam pelo Brasileirão neste fim de semana (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Foto: Lucas Figueiredo/CBF Ceará e Fortaleza estreiam pelo Brasileirão neste fim de semana

CHEGA, hoje, ao fim, numa insípida quinta-feira o Brasileirão deste ano. Porque não num domingo ou final de semana? Sabe-se lá por qual motivo. No futebol brasileiro é assim. As vezes se explica, outras mil vezes ninguém explica nada. Competição, mesmo com tudo já definido, exceção das cotas, perde a graça, que, aliás, pouco tem, se não terminar num final de semana. É praxe em quase todo canto.

AQUI, a cada ano, uma invenção diferente, torta, fora de linha. Isso posto significa dizer que passaremos um fim de semana sem bola rolando, algo um tanto incompreensível e o torcedor a ver navios. O que fazer, então? Apenas para os campeonatos por aí afora que a nós nada interessa? Não há outro jeito.

MARCHA-RÉ

ALEGA-SE uma porção de coisas pueris. Dentre as quais, e principalmente, que estamos em época natalina, final de ano, sainte outro entrando. Pode até tentarem explicar, justificarem, nunca. Ao torcedor o que interessa é ver bola rolando, se possível num final de semana que foi feito exatamente pra isso. Menos aqui, que prefere ser diferente andando de marcha-ré.

MÓVEIS & UTENSÍLIOS

POR qual razão num dia 9 e não três dias depois? Tem quem explique? Justificar é que são elas. Pra ser diferente, ora, ora, quanta baboseira. Diferente de que, se os utensílios são os mesmos de sempre, os móveis estão mofados?

SIGAMOS então esta caravana de burros, parafraseando aquele velho e sábio dito popular, do amarrar o burro onde o dono do burro manda. Burrice no caso a CBF que é quem prepara o cardápio do futebol brasileiro à sua maneira com o apoio das federações que são por eles mandadas, incluso a nossa, quem sabe, a mais fraca de todas.

TRONO DE OURO

VOCÊ já viu, por um acaso ou aberração mesmo, a FCF fazer alguma imposição? Apontar alguma sugestão, contanto se mude o calendário do nosso futebol, preferindo seguir a rota do trivial de sempre. Dificilmente, ou jamais mesmo, acontecerá porque as caras são as mesmas, não há mudança de comando, o daqui, Mauro Carmélio sentou no trono e de lá não sai, muito menos alguém se atreve a tirá-lo.

MESMO se pode dizer do poder maior, que quando ocorre alguma mudança é por força de escândalos, como aconteceu com o tal Caboblo e quem ficou no lugar dele, nunca se ouviu falar, e a maioria não sabe, sequer, de quem se trata. Difícil, não, quase impossível, acontecer renovação, mudanças de calendários no futebol brasileiro.

ESTE trono só pode ser de ouro, com todas as mordomias possíveis. Deveria haver uma lei para no máximo dois mandatos e depois dar lugar a outro, sem direito a reeleição. Quem apresentar esta ideia pregará no deserto, simples fato de ninguém querer largar a boca rica.

EXEMPLO MAIOR

MIREM-SE no exemplo deste Brasileirão que hoje chega ao fim e passem em revista aos que já se foram, perdi as contas. O jeito é apelar pro meu porto seguro Miguel Júnior, sempre precioso quando sai em socorro dos meus anseios que são muitos. Ele se liga em pormenores com dedicação ímpar. Eu, ao contrário, deixo a carruagem passar. Como então escrever livro de memórias, a quem vai interessar?

RESULTADO é este. Uma final de competição insípida e inodora, sem qualquer gosto, sem nenhuma motivação. O que já foi feito está e ninguém vai mudar.

BEM poderia, até muito fácil, se o Brasileirão fosse dividido em turnos distintos, mesmo pelo critério de pontos corridos, para que ao menos tivéssemos, se fosse o caso, uma final diferente no confronto entre os dois vencedores de turnos. Preferiram a légua tirana, de uma lapada só, somando todos os pontos, o que dispara vai em frente e os menos aquinhoados vão ficando para trás.

LÁGRIMAS DE CROCODILO

MENOS mal que existe um tal de rebaixamento, com quatro descendo e os quatro da Série B subindo. Não são lá grande coisa, ao menos lutaram por seus objetivos. E os que desceram, tipo Chapecoense, por exemplo, foi a maior lástima da competição, pois se teve uma ou duas vitórias, nem me lembro quando, foi muito. Pra que serviu sua presença na Série A? Pra posar de saco de pancadas, tanto perdendo quando dando nele. Não vou lamentar, nem chorar lágrimas de crocodilo. Aos ruins, o fogo do inferno da Segundona.

AOS que conseguiram subir a esperança de que melhorarão ainda mais, tomarão tenência pelas campanhas que realizaram, sentiram o gosto amargo de uma divisão sem atrativo, onde os daqui, especialmente o Fortaleza, conseguiu sentir este amargor. Até aparecer o Ceni pra mudar tudo de errado que existia dentro do Pici. Foi um técnico que mandava em tudo, exceção do presidente que, por sua vez, assinava tudo embaixo, no que fez muito bem pois frutos foram colhidos. Hoje, o Fortaleza está na Libertadores do próximo ano, num salto de qualidade, a deixar seu rival maior, Ceará, babando de inveja. Quem mandou montar um time ruim, comandado por um técnico sem qualquer brilho?

 

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