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Foi o que se esperava? Fortaleza empata com River Plate pela Libertadores
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Foi o que se esperava? Fortaleza empata com River Plate pela Libertadores

O empate acabou por fazer justiça a dois times que entraram naquela de ficar à espera do que um queria do outro. Faz lembrar a uma tourada, com o toureiro sempre à espreita do que o touro quer e vice-versa
FOrtaleza-ce, Brasil, 05-05-2022: Jogo da Copa Libertadores da América 2022 entre Fortaleza x River Plate na Arena Castelão. (Foto: Fco Fontenele/O Povo)  (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE FOrtaleza-ce, Brasil, 05-05-2022: Jogo da Copa Libertadores da América 2022 entre Fortaleza x River Plate na Arena Castelão. (Foto: Fco Fontenele/O Povo)

QUEM aguardava um grande jogo entre Fortaleza x River, ontem à noite, no Castelão, ficou apenas na vontade, pela expectativa criada em torno dos dois adversários. O empate acabou por fazer justiça a dois times que entraram naquela de ficar à espera do que um queria do outro. Faz lembrar a uma tourada, com o toureiro sempre à espreita do que o touro quer e vice-versa.

PARA ser entendido melhor. O Fortaleza aguardando que cartas o adversário iria apresentar. Cartas, aí, no sentido de sistema de jogo, receoso, talvez, de que o time argentino, pela fama de que veio precedido, pudesse se impor em pleno Castelão, chegasse a uma vitória, sem tanta dificuldade. Detalhe que não pode ser esquecido — o River é hoje, disparado, o melhor clube do futebol argentino. Só que deve ter esquecido a bola em sua terra.

O FORTALEZA sabia disso e Vojvoda, que é de lá, com especialidade. Eis o principal motivo pelo qual o Tricolor entrou tão receoso, reforçando em demasia a meia cancha e o sistema defensivo. A palavra de ordem parecia ser — tudo, menos, uma derrota aqui dentro. O River sentiu isso do adversário por se tratar de uma equipe mais experiente, com muito mais cancha. Embora soubesse também que qualquer descuido pudesse ser fatal.

QUEM SABE?

O QUE fez, então, o técnico tricolor? Determinou que sua equipe marcasse sob pressão, precisamente para não deixar o River jogar.

NINGUÉM melhor que o Vojvoda, que de lá veio, para saber que medidas deveriam ser tomadas. Assim como bem sabia do potencial do River, não por mera obra do acaso, a melhor equipe argentina do momento. Nem tanto assim, mas criou a fama e ela se espraiou por toda América do Sul.

ESTRATÉGIAS

O QUE fez, então, o técnico tricolor? Optou por tomar a iniciativa do jogo, na tentativa de surpreender o River. Pelo sim, pelo não, deu certo. Ao menos nos primeiros 15 minutos, o Tricolor mostrou-se mais ativo, mais ofensivo, quem sabe surgisse um gol inesperado. Queria tudo, só não queria que o River tomasse gosto pela partida.

OCORRE que o clube argentino tem experiência no ramo. Parecia prever o que poderia acontecer e resolveu tomar também suas precauções. Que tipo, então? Permitia que o Fortaleza tomasse gosto pela partida, até desse a impressão de que chegaria ao gol, para só depois daqueles fatais 20 minutos, começar a impor a sua forma de jogar.

MENOS que não surgissem chances para o Fortaleza balançar as redes. Surgiram, sim, contudo o River soube neutralizar as ações, com toda experiência que tem, somada à boa equipe que montou. Sabia, também, que tipo de adversário pegaria a partir de quem o estava dirigindo. Argentino conhece argentino, até pelo cheiro do tango. Vojvoda já sabia que tipo de adversário enfrentaria.

LONGO CAMINHO

ADEMAIS, em termos de experiência, o River teria muito mais, com seu cabedal de jogos por aí afora, enfrentando todo tipo de adversário. Bem diferente do Tricolor, que, neste campo, ainda engatinha, porém, com possibilidades de ganhar mais estofo, quem sabe. Precisamente neste ponto, como vale ter em seu comando um treinador com certa cancha internacional.

TER elenco de peso é outra história totalmente diferente. O Fortaleza tem um bom elenco, uma equipe bem treinada, mas ainda terá um longo caminho a percorrer até chegar ao objetivo que almeja. Talvez, Vojvoda o ajude nessa travessia, embora saiba que precisa de mais reforços, especialmente de qualidade.

QUE se acrescente outro fator, digamos assim, preponderante. Fizeram tanto cartaz em torno do River Plate que até chegaram a exagerar no ponto. Menos que não seja um bom time, bem acima de razoável, que tanto tempo atua junto. Entrou em campo, evidente, sabendo o que poderia encontrar pela frente, a partir de uma torcida ardorosa, que, do lado de fora, deu uma enorme contribuição. Torcida não ganha jogo, todos sabem, contudo ajuda com seu incentivo constante e seu apoio fundamental.

UM À ESPERA DO OUTRO

NÍTIDA impressão deixada foi a de que um ficou esperando pelo outro para colocar suas cartas na mesa. Um jogo sem favoritismo, apesar de o Fortaleza vir atravessando boa fase. Porém, não melhor que a do River. A torcida fez seu papel. Não faltou com seu apoio imprescindível pois, afinal, o jogo era no Castelão.

NÃO foi um grande jogo, como, aliás, se esperava, pela fama do River Plate, que, intimamente, devia aguardar um adversário de menor porte técnico. Não foi bem assim. Fortaleza, caberia exatamente fazer o que era mesmo pra fazer. Ou seja, não permitir que o River conseguisse impor no Castelão a sua maneira de ser. O empate, enfim, premiou a duas equipes que bem poderiam mostrar algo melhor, se não ficassem temendo um ao outro.

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