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Ceará busca novo treinador após demissão de Marquinhos Santos
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ceará busca novo treinador após demissão de Marquinhos Santos

Teimosia, por vezes, leva a desastres como este que o Ceará experimentou. O que se esperar de um técnico que, a cada partida, quando seu nome era anunciado pelo serviço de som, as vaias trovejavam?
FORTALEZA CE, BRASIL, 14.08.2022: Marquinhos Santos, técnico do Ceará no Jogo pela série A do campeonato brasileiro, Fortaleza vs Ceará, arena Castelão.   (fotos: Fabio Lima/O POVO) (Foto: Photographer: FABIO LIMA)
Foto: Photographer: FABIO LIMA FORTALEZA CE, BRASIL, 14.08.2022: Marquinhos Santos, técnico do Ceará no Jogo pela série A do campeonato brasileiro, Fortaleza vs Ceará, arena Castelão. (fotos: Fabio Lima/O POVO)

MARQUINHOS Santos dispensado pelo Ceará, qual a surpresa? Sequer devia ter sido contratado, quanto mais demorado tanto tempo.

QUE progresso técnico teve o Ceará durante sua gestão à frente do cargo? Quem responder "nenhum" acertou naquilo que já era absolutamente previsível.

PRIMEIRO, pela rejeição (quase) unânime da torcida alvinegra, pois esperava algo melhor ou mais impactante do que o Marquinhos. A aposta (ou teimosia da diretoria) redundou em tudo que se viu.

ENSINA lição elementar em futebol de que ir contra o que a torcida clama remete à história de remar contra a maré. Primeiro, pela total falta de empatia com os torcedores, depois, porque, a rigor, não era o nome à altura do que os torcedores tanto tempo esperaram.

SE o critério foi o de o que estava no mercado, repleto de treinadores bonzinhos e inexpressivos, era o mais em conta, pronto pra pegar o primeiro avião, foi outro grave erro de avaliação. Esse tipo de técnicos dobram as inumeráveis esquinas do futebol.

TEIMOSIA, por vezes, leva a desastres como este que o Ceará experimentou. O que se esperar de um técnico que, a cada partida, quando seu nome era anunciado pelo serviço de som, as vaias trovejavam? Não foi uma, nem duas. Foram em todas as vezes que o Alvinegro, sob seu comando, entrava em campo.

SACI PERERÊ

HÁ técnicos que trazem na testa essa marca. Aliás, até hoje não se sabe bem o motivo de tamanha rejeição. As opiniões são as mais variadas, incluso aquela de que, por ter treinado Fortaleza, não iria servir para o Ceará. Outra bobagem. Mais fácil acreditar na lenda do Saci Pererê...

DIRETORIA, por sinal, mesmo debaixo do clamor de protestos dos torcedores, ainda empurrou o problema com a barriga até o clássico contra o Fortaleza, como sua última missão.

SE vencesse passaria ileso pelo crivo de balas dos torcedores. Se perdesse, estaria decretada a sentença final. A pergunta são duas.

PRIMEIRA — por qual motivo foi justamente ele o contratado quando já se sabia de que a escolha do seu nome jamais seria bem recebida? Não deu outra.

SEGUNDA — porque, deixaram que ele ficasse até o clássico contra o Fortaleza, uma longa espera que acabou redundando em nada? A não ser, tivesse sido o item principal, ou seja, se ganhasse, a sentença seria adiada por mais um tempo. Vencer o Tricolor seria, pois, sua última chance. Não venceu, foi despachado. Já foi tarde com alguns meses de atraso.

RESULTADO de todo este drama. Lá está o Alvinegro, outra vez, no mercado correndo atrás daquilo que muito bem podia ter sido evitado. Se foi por questão de economia de alguns trocados, prefiro não meter a colher nessa panela de sopa fria. Não sei qual critério ela (diretoria) se norteia para contratar alguém para um cargo tão fundamental.

CABE mais outra perguntinha ingênua? Para que serve então o tão badalado "serviço de inteligência", cuja opinião, ao que consta, não pesa absolutamente nada. Ele foi criado para, através de uma pesquisa mais aprofundada, indicar quem está no mercado de técnicos à disposição. Não só isso, principalmente se calha bem a sua escolha naquele momento.

DEVERIAM haver outros nomes mais palatáveis ao gosto da exigente torcida alvinegra. Só não era o de Marquinhos, rejeitado desde o primeiro instante em que os rumores começaram a surgir como o preferido.

DE quem? De uma coisa se tem certeza — da torcida, decididamente, não era. Fosse uma pesquisa de "rejeitados", aí, sim, ele estaria logo ali na primeira fila.

OUTRO LADO DA MOEDA

ENQUANTO isso, o outro lado da moeda, no caso o Fortaleza, o argentino Vojvoda cada vez mais soma pontos com os torcedores. Vencer, então, o maior rival aumentou-lhe a cotação. Não é obra do acaso que um técnico passa 15 meses no comando de uma equipe como a do Fortaleza sem sofrer qualquer tipo de rejeição.

NÃO está incluso aí o caso de ser argentino, pois competência não tem procedência, nem exige carteira de identificação. Pesa, isto sim, o currículo de bons resultados obtidos, a forma de como a equipe se comporta em campo, dentro de uma filosofia de sempre buscar o gol como objetivo maior. Por essas razões, Vojvoda ganhou a admiração da exigente torcida do Fortaleza. A vitória sobre o Ceará aumentou-lhe a cotação.

TRÊS vitórias seguidas catapultaram o Fortaleza a uma posição bem mais cômoda de retornar à cena principal. Ademais, o terreno perdido com esses nove pontos foi totalmente recuperado. A tendência, agora, é a de que se prenuncia a chegada de novos (e bons) ventos para os lados do Pici. Derrotar o Ceará já provocou essa sinalização positiva.

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