Logo O POVO+
Fortaleza x Chapecoense: encontro de dois técnicos que "fugiram" do Leão
Foto de Alan Neto
clique para exibir bio do colunista

Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Fortaleza x Chapecoense: encontro de dois técnicos que "fugiram" do Leão

Tipo Opinião

Marquinhos Santos, na época de técnico do Fortaleza
Marquinhos Santos, na época de técnico do Fortaleza (Foto: MATEUS DANTAS / O POVO.doc)

- Curiosidade matou o gato. Poucos notaram. Área técnica, ontem à noite, Castelão, encontro de dois técnicos que dirigiram o Fortaleza e saltaram do trem em movimento.

- Marquinhos Santos — lembram dele? — vésperas de decisão de vaga pro Tricolor na Série B — resolveu deixar o clube atraído por proposta maior do Figueirense.

- Resultado. Saída inesperada abateu tanto os jogadores a ponto de o time eclipsar-se nos dois jogos, perdendo chance de subir. Atitude de Marquinhos Santos jamais foi perdoada pela torcida, apelidando-o de fujão. Depois daí nunca mais parou muito num mesmo lugar.

- Hoje dirige a Chapecoense, fona do Brasileirão. Só um milagre, que em futebol não existe, pra tirá-lo do atoleiro. Em futebol, como na vida, quem aqui faz, aqui paga...

Contraponto

Rogério Ceni, (novamente) técnico do Fortaleza
Rogério Ceni, (novamente) técnico do Fortaleza (Foto: Julio Caesar/O Povo)

- Não seja por isso. Ceni fez o mesmo com o Fortaleza, ainda neste Brasileirão, quase outro dia, trocando-o por proposta apetitosa do Cruzeiro, o sonho sonhado da sua vida profissional.

- Demorou pouco mais de um mês. Afogou-se nas ondas dos maus resultados, somados a igrejinha dos veteranos, quando teve a ousadia de barrar Thiago Neves. Dois dias depois o Cruzeiro deu-lhe as contas.

- Ceni a torcida tricolor perdoou. Como seu sucessor no Fortaleza, Zé Ricardo, foi um fiasco, o presidente Marcelo Paz não perdeu tempo trazendo-o de volta.

- Paralelo entre os dois. Ceni voltou com a torcida em coro pedindo seu retorno e o recebendo, qual filho pródigo da Bíblia. Com ele, Tricolor voltou a ser o que era. Para Ceni este começar de novo não deixa de ser, também, uma faca de dois gumes. Um lado amolado. O outro, cego. Se me fiz entender...

Marcha à ré

- Ainda há tempo de corrigir. Ninguém é perfeito, quanto mais jornalista. Jogo Grêmio x Ceará, ontem à noite, foi pro Centenário, em Caxias do Sul, não porque na Arena gremista daria pouco público, sim porque o estádio de multiuso foi ocupado pelo show da famosa banda Iron Maiden.

- Diferença é que com o aluguel do estádio o Grêmio faturou 10 vezes mais do que lhe tocaria na partida contra o Ceará, uma abissal diferença.

Reencontro de Boeck e Chape

Marcelo Boeck, goleiro do Fortaleza, ex-Chapecoense
Marcelo Boeck, goleiro do Fortaleza, ex-Chapecoense (Foto: Fabio Lima)

- Boeck, três anos após o terrível acidente aéreo que vitimou quase toda delegação da Chapecoense, reencontrou-se com seus ex-companheiros. Em tempo — apenas um deles.

- Os poucos que conseguiram se salvar deixaram o clube. Goleiro Follmann, amputou uma perna, virou comentarista da Fox Sports. Zagueiro Neto, líder e capitão do time, virou reserva. Enquanto o bom lateral Alan Ruschel foi pro Goiás.

- Boeck livrou-se do acidente por conta de uma contusão. Era o segundo reserva. Quando o Fortaleza o contratou, primeiro título conquistado, lapidou esta frase — "Deus me ressuscitou duas vezes. Livrou-me de morrer no acidente, vim parar no Fortaleza, pelo qual fui campeão. E daqui, dependendo de mim, não sairei mais".

Historinha

- Moésio Gomes, gênio do Fortaleza, virou técnico após terminar a carreira. Em campo já orientava os companheiros. Foi fácil virar treinador. Certo dia, num treino, dois jogadores (Alísio e Alexandre), por conta de uma entrada violenta, partiram pra briga. Moésio, ao vê-los em luta corporal, parou o treino, chamou todos, abriu roda e saiu-se com esta — "Agora, podem reiniciar a briga. O que ganhar recebe aplausos. O que perder, vaias". Os dois encabulados com a cena, resolveram se abraçar...

Setembro sofrível

- Caso raro, porém real. Mês de setembro, Ceará passou todos os 30 dias, sem vencer. Quando não perdia, empatava. Tudo isso sob o comando de Enderson Moeira. Paciência do presidente Robinson se assemelha ao do Jó, da Bíblia. Repetiu o mesmo com Sérgio Soares, anos atrás. Só que com este, morreram abraçados feito afogados. Com Enderson faltou pouco. Herança foi deixar o Ceará às portas do rebaixamento. E se a torcida não grita ainda estaria com ele lá.

Rato & gato

- Jogador lamentar saída de técnico? Só da boca pra fora. Compara-se ao choro do rato em enterro do gato...

Leia outras colunas do Alan Neto clicando aqui

 

Futcast discute volta de Rogério Ceni ao Fortaleza e chegada de Adílson Batista ao Ceará

Listen to "#73 - O retorno de Ceni e a chegada de Adilson Batista" on Spreaker.

Na Prancheta fala sobre a busca de pontos fora de casa de Ceará e Fortaleza

 

Foto do Alan Neto

Não para... Não para... Não para de ler. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?