Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
- O que deu na cabeça de Adílson Batista colocar Bergson em campo, com apenas 30 minutos de jogo, apesar das vaias ao jogador, que a torcida não o tolera e, ele, Adílson, ser chamado pela primeira vez de burro pelos torcedores?
- Palavra facultada ao treinador, rigorosamente off - "Um mero estalo. Vi a bola passando dentro da área sem um pé pra chutar ou alguém pra cabecear. Tinha duas opções no banco — Bergson e Felippe Cardoso. Optei pelo mais experiente, já acostumado a jogar ali. Só hesitei no lugar de quem entraria. Pensei no Popp. Passaria um atestado de queimação a quem entrara em campo pela primeira vez. Resolvi tirar o Mateus. Ele ficou chateado. Pior seria se tivesse aceitado pacificamente. Fui jogador e sei o que é isso".
- Só não esperava que viesse de Bergson o gol que acabou com o longo jejum sem vencer do Ceará. E se por acaso não desse certo? Jogada de risco. Aquela do se colar, colou. Acabou por matar três coelhos com uma só cajadada. Adílson salvou sua pele pois três derrotas seguidas, ou até um empate, nada o seguraria no comando do Ceará. Presidente Robinson já estava com o nome de Lisca engatilhado. Fez de Bergson herói sem querer e o Ceará ainda estaria na zona de rebaixamento.
- Números são cruéis. Dez partidas sem vencer representam quase mil minutos de bola rolando, talvez o mais longo jejum do Ceará nos últimos dez anos. Precisamente 63 dias, ou seja, ultrapassou dois meses sem conhecer o sabor de uma vitória. Tempo longo demais pra testar a paciência da impaciente torcida alvinegra, procurando respostas para tudo aquilo.
- Conseguiu respirar mais aliviada ao ver que a derrota do Fortaleza para o Vasco fez diminuir a vantagem do Tricolor, agora um ferroando o calcanhar do outro.
- Vitória, se não restabelece a paz aos torcedores, ao menos serviu para tornar menos pesado o clima que se respirava, povoado de desconfianças. O que virá pela frente, dez vezes pior do que enfrentar o Avaí no Castelão. Só não podia era perder do fraco Avaí dentro de casa. Desta fogueira o Alvinegro se salvou.
- Drible desmoralizante de Talles Magno, joia do Vasco de 17 anos, já na ponta da agulha pra ser negociado com a Europa, sobre o lateral Gabriel Dias, é conhecido por dois apelidos — chaleira ou lambretinha. Torcida do Vasco foi a loucura e Gabriel Dias ficou com cara de tacho.
- Futebol europeu, onde o respeito e a ética são questão de honra numa partida de futebol, nenhum jogador pode tentar desmoralizar um adversário com jogadas daquele tipo sob pena de ser severamente punido. Faz parte do fair play do futebol que, por essas bandas, só existe da boca pra fora.
- Estreante Popp, tão badalado pelo Ceará, não passou de mero fantasminha em campo. Quem o indicou ao Ceará, achando tratar-se de um atacante referência, vendeu gato por lebre. Popp nunca foi goleador, muito menos atacante. Sempre jogou pelos lados, como tantos outros que no Ceará existem às pencas. Mais um pra engordar a já robusta folha alvinegra. Ainda ganhou dois anos de contrato, mole-mole...
- Nome e fama ainda pesam no futebol brasileiro, demorou até demais Ceni ser excluído do próximo jogo, justo contra o Flamengo, aqui dentro do Castelão.
- Virou mania de Ceni em todos os jogos passar todo o tempo reclamando da arbitragem, servindo-se da pobre figura do quarto árbitro, sempre ali nas imediações. Com receio de entregá-lo ao árbitro central, preferível ficar engolindo sapo. Fora do jogo contra o Mengão era tudo que Ceni não queria. Até porque perdeu a chance de abraçar o português Jorge Jesus, não tanto chegado a afagos.
- Luiz Otávio, a muralha da zaga alvinegra, só foi voltar pra o setor se refazer... /// Como todo técnico que se preza, Adílson Batista não podia fugir a regra nas coletivas. O que ele fala, só ele mesmo entende, mas todos balançam a cabeça... /// Amuado por ter sido substituído com apenas meia hora de jogo, Mateus Gonçalves não quis sair do vestiário após a vitória pra comemorar. Papo com Adílson, nem pensar. E se tem ficado, mudaria alguma coisa? Sim. Pra pior...
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