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Quando a bola rolou, Fortaleza surpreendeu, mas acabou cedendo
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

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Quando a bola rolou, Fortaleza surpreendeu, mas acabou cedendo

Tipo Opinião
Nenê Bonilha foi titular na partida diante Flamengo (Foto: Julio Caesar/O Povo)
Foto: Julio Caesar/O Povo Nenê Bonilha foi titular na partida diante Flamengo

- Escalação do Fortaleza pra enfrentar o Flamengo ontem à noite, não teve menor interferência do auxiliar técnico, o francês Charles, claro, pois Ceni, apesar de suspenso, ficou à vontade pra orientar jogadores. Mesmo sem estar participando da partida, Ceni suava tanto quanto se estivesse, numa das cabines do Castelão.

- Aliás, nem podia ter. Simples fato de Ceni ter radicalizado a tal ponto de mudar — pasmem — nada mais, nada menos do que nove jogadores do até então time tido como titular. Um verdadeiro salamaleque que só ele deve ter entendido. Intenção clara de barrar as pretensões do Flamengo, a ponto de abandonar, até mesmo, o seu tradicional 4-2-4, improvisando jogadores em posições que nunca foram as duas.

- Casos de Marlon, que entrou na ponta-direita, e Bonilha pintar no time. Ceni foi mais além. Retrancou o Tricolor pra impedir as investidas do Flamengo, barrando as pretensões do rubro-negro, também desfalcado. A partida ficou truncada, sem qualquer criatividade, a não ser em bolas esparsas.

- Sem nove titulares o Fortaleza ficou descaracterizado, mas ainda assim, a gambiarra de Ceni deu certo no primeiro tempo — pena que não deu no segundo tempo. Flamengo esteve longe de ser aquele time intenso que todos conhecem. As ausências fizeram falta, sim, muita falta, especialmente no setor da meia-cancha e ataque é seu forte. No Fortaleza, Até Felipe Alves reapareceu debaixo das traves.

- Disparadamente, o que é óbvio, Gabigol tornou-se o ídolo da torcida rubro-negra. Aqui não foi diferente. Em vários locais onde a torcida do Mengão se localizava no Castelão, cartazes zanzavam de todos os lados, maioria pedindo-lhe a camisa de presente. Não teve a atuação tão esperada pelos torcedores, mas ampliou a artilharia ao converter pênalti.

- Questão de patriotismo, embora de forma respeitosa, técnico português Jorge Jesus, por ocasião do hino do Brasil, antes do jogo, o reverenciou à sua maneira, ao lado de banco de reservas.

- Criatura imita criador, então não seja por isso. Charles Hembert, no banco do Fortaleza, é tão agitado quanto Ceni. Pela barulheira que se fazia no Castelão, quase sempre não ouvia o que o técnico tricolor transmitia.

- Mosaico mostrado pela torcida do Fortaleza antes do jogo, tão inédito quanto os outros, teve participação de Ceni, levado ao Castelão, na noite anterior, a convite do presidente Marcelo Paz. Ele não se fez de rogado. Até mesmo pra matar a curiosidade de saber como tudo aquilo era montado, num trabalho que requer sobretudo paciência.

- Evidente que os cinco jogadores titulares do Flamengo ausentes, por contusão, ou suspensão via cartão amarelo, fizeram falta à produção da equipe, menos na sua forma de jogar dentro do modelo europeu montado pelo português Jesus. É na revelação Reinier, 17 anos, que o Flamengo está mais investindo pra negociá-lo ao futebol da Europa na primeira chance que aparecer. Foi dele o gol da virada.

- Menos que o técnico Jorge Jesus seja inabordável, embora não seja lá essas simpatias todas, questão de estilo e de postura. Jogadores trocaram a palavra "professor", que, aliás, ele não gosta nem um pouco, por "mister" . Detalhe — tempo que ele corre de um lado pro outro na área técnica, se fosse medi-lo em quilometragem só perderia (ou empataria mesmo) com o outro Jorge, o argentino Sampaoli, do Santos, que não sossega um só instante.

- Para quem não sabe. Trata-se de uma estratégia que eles usam, cujo objetivo é mostrar aos atletas em campo que não quer ver ninguém parado ou acomodado, espelhando-se nos seus exemplos.

Prato indigesto

- Após enfrentar o Avaí, penúltimo do Brasileirão, a caminho do rebaixamento ao lado da Chapecoense, Ceará terá pela frente, hoje, cedo da noite, dentro da Vila Belmiro, o Santos.

- Comparando ao prato que lhe foi servido domingo, embora ganhando mas cortando prego, o Santos é um prato dez vezes mais indigesto. E dentro de casa, então, as coisas pioram.

- Para o técnico Adílson Batista, chegado a uma retranca, não há outra saída, senão a de colocar trancas e cadeados, na tentativa de conter o ímpeto do Santos. Não só favorito, quanto precisa vencer pra ultrapassar o Palmeiras, encostar no Flamengo. Ao Ceará, se arrancar um empate, já pode se dar por feliz.

Canela de vidro

- Histórico de contusões de Neymar na seleção brasileira, leva-se a conclusão, inevitável, ser craque em clube. Na seleção, pra seu desencanto, a canela torna-se de vidro.

Boca de forno

- Há uma perguntinha que inquieta aos que atentam pros pequenos detalhes. Vamos a ela — por qual razão todas as delegações que nos visitam só se hospeam no mesmo hotel na Beira Mar. Se não for uma grande coincidência, aí tem coisa.

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