O agrônomo inglês John Elkington, pai da ideia de sustentabilidade, foi quem criou o termo "tripé da sustentabilidade", o equilíbrio entre economia, sociedade e ambiente. Escreveu livros que orientam empresas a produzir sem destruir a natureza e as pessoas. Criou e difundiu a tendência do Consumo Verde: só podemos comprar de empresas ecológica e socialmente responsáveis. Alertou para empresas que fazem "maquiagem verde", fingindo-se ambientalistas.

Os consumidores verdes se multiplicam a cada dia pelo mundo. No começo, nos anos 1980, a maioria era de mães preocupadas com o futuro de seus filhos crianças ou adolescentes. Logo os próprios jovens e crianças, como Greta Thunberg, se interessaram pelo Consumo Verde e por seu futuro. Hoje, variadas pessoas seguem o consumo verde, há mulheres e homens envolvidos com essa defesa ambiental no seu dia a dia. Isso levou supermercados a controlar a compra de produtos, fazendo exigências ambientais e sociais. Inclusive no Brasil.

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Logo mais, o planeta terá dez bilhões de seres humanos, diz Elkington, e é um imenso desafio usarmos os recursos naturais para não haver colapso com o clima, a água, a terra, o alimento, a energia, o ar que respiramos. Trabalhando como formigas, alguns trazem um raio de esperança. Um agrônomo gaúcho levou energia solar para comunidades de plantadores de arroz em Palmares do Sul, modelo para todo o Brasil. Uma empresa de cosméticos cuida de povos amazônicos. Surgiram milhares de fazendas verdes, que compreenderam a necessidade do respeito ao meio-ambiente - reduziram emissão de gás carbônico, protegem a biodiversidade, usam insumos biológicos, água da chuva, energia solar, integram lavoura e pecuária com a floresta. Não são paladinos, são fazendeiros antenados com o mundo. Essas fazendas verdes, onde onças passeiam sem ser incomodadas, onde surge uma nova espécie de abelhas, onde não se marca mais com ferro em brasa, mas com um brinco, trabalham a favor do futuro. Uma mentalidade que está resistindo às políticas nocivas do atual governo, que toma todas as medidas para jogar o país na lista dos devastadores.

O mundo tem sofrido muita violência ambiental - incêndios, desmatamento, extermínio de indígenas, chuvas poluídas, fumaças tóxicas, plástico nos rios e mares, miséria, fome, ricos que não pagam impostos, excesso de antibióticos, sistemas educacionais frágeis, matança de animais e de seres humanos, epidemias e pandemias, acidentes atômicos, crimes ambientais de toda espécie... Não é mais uma questão de sustentar, mas de regenerar. Agora Elkington propõe a palavra: Regenerabilidade. Em seu novo livro, Green Swans, publicado em 2020, ele relata diversos exemplos de "patinhos feios" e sua transformação em cisnes verdes. Os Cisnes Verdes têm a missão de mudar as mentalidades, os valores, as políticas, tecnologias, os modelos de empreendimento. Ele propõe uma regeneração do capitalismo, e alguns ambientalistas o criticam por conectar duas ideias tão antagônicas: capitalismo e meio-ambiente. Apenas uma certeza: não há nenhum outro caminho, a não ser o respeito pela Natureza.