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Nelson candidato esbarraria em regulamento do PT
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Nelson candidato esbarraria em regulamento do PT

Tipo Opinião

Surpresa da rodada de exonerações para atendimento do prazo de descompatibilização da Justiça Eleitoral, uma possível candidatura do ex-deputado Nelson Martins (PT) para prefeito de Fortaleza esbarraria no regulamento emitido pelo PT Nacional para a disputa deste ano. Até a semana passada responsável pela Articulação Política do governo do Estado, Nelson acabou deixando a vaga em decisão tomada minutos antes do anúncio das exonerações. A ação gerou especulações de uma possível composição entre PT e PDT comandada pelo governador Camilo Santana, com Nelson na cabeça da chapa governista para a Prefeitura.

Nelson Martins
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Nelson Martins

Acontece que, de lá para cá, não teria ocorrido qualquer movimentação formal de nenhuma das partes nesse sentido. "Ocorreu esse fato político mas, de lá para cá, não houve qualquer tratativa sobre isso, nem local nem nacional", diz uma liderança do PT ouvida pela coluna. "Continuamos exatamente na mesma situação da semana passada", afirma.

Até a entrada súbita de Nelson no cenário, o PT local vinha cumprindo regulamento estipulado pela Direção Nacional do partido, que determinava a aprovação prévia de um calendário eleitoral interno para todas as decisões do partido. Neste calendário, existiam prazos tanto para a aprovação de apoio de um candidato de outro partido - o que foi rejeitado pelos filiados - quanto para a indicação de possíveis candidatos na disputa. Dentro desse prazo, apenas a deputada Luizianne Lins (PT) se inscreveu como candidata.

Além disso, há uma determinação para que, nas cidades com mais de 200 mil habitantes, qualquer candidatura seja analisada e homologada antes pela direção nacional do partido. Até a semana passada, dizem petistas, a Nacional era unânime também na indicação de Luizianne. Em 2014, no entanto, entrada surpreendente de Camilo na cabeça da chapa para o governo também derrubou calendários do PT, que planejava apenas lançar José Guimarães ao Senado. Estariam petistas com uma reprise à vista?

Ex-aliado de Freire "promovido"

O ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, nomeou ontem o empresário cearense Lucas Fiuza para o cargo de Secretário Nacional de Atração de Investimentos, Parcerias e Concessões do Ministério do Turismo. Desde agosto de 2019, Fiuza ocupava o cargo de coordenador-geral de Fomento ao Empreendedorismo e Atração de Investimentos da pasta.

Introduzido no governo por indicação do deputado federal Heitor Freire (PSL), o empresário chegou a ser exonerado do cargo depois que o parlamentar foi acusado de vazar conversas que teve com o presidente Jair Bolsonaro. Fiuza, no entanto, acabou se afastando de Freire e da direção do PSL local, migrando para grupo que ajuda a criar o Aliança pelo Brasil no Ceará.

 Luís Roberto Barroso, ministro do STF, e a sinalização do adiamento da eleição municipal
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
Luís Roberto Barroso, ministro do STF, e a sinalização do adiamento da eleição municipal

De olho nos prazos

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, fez ontem a primeira declaração mais contundente sobre a provável data para as eleições municipais deste ano. Em reunião com presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Barroso destacou que caberá ao Congresso definir as datas, mas disse existir "consenso" entre médicos pelo adiamento do primeiro turno para entre a segunda quinzena de novembro e o começo de dezembro por conta dos efeitos do novo coronavírus nas campanhas.

Na política local, a sinalização traz interesse sobretudo por conta de seus efeitos nos prazos eleitorais. Pela legislação atual, o tempo para a campanha de rua fica limitado aos 45 dias anteriores da data da eleição, o que significaria, caso prospere a intenção de realizar o pleito na segunda quinzena de novembro - mobilizações eleitorais já no início de outubro. No início de junho, o governo de São Paulo apostava que a epidemia do novo coronavírus duraria pelo menos até este mesmo mês, o que levanta preocupações dos médicos.

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