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Ceará já tem acordo mediado por MP para evitar aglomerações eleitorais
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Ceará já tem acordo mediado por MP para evitar aglomerações eleitorais

Tipo Opinião
MPCE intermediou, em Horizonte, o primeiro acordo contra aglomerações durante a campanha eleitoral no Ceará (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE MPCE intermediou, em Horizonte, o primeiro acordo contra aglomerações durante a campanha eleitoral no Ceará

O Ceará já teve o primeiro caso curioso de intervenção da Justiça para evitar que atos de campanha eleitoral se tornem vetores de disseminação do novo coronavírus no Estado. Na última semana, duas candidaturas em disputa no município de Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza, assinaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) articulado pelo Ministério Público do Estado (MP-CE), se comprometendo a evitar aglomerações em passeatas e outros eventos políticos.

O acordo foi celebrado após o promotor responsável pela 78ª Zona Eleitoral do Ceará, Paulo Roberto Cristo da Cruz Albuquerque, expedir representação atestando ocorrência de aglomerações no município e propor multa diária de até R$ 100 mil para cada coligação que desrespeitasse as recomendações sanitárias no município.

"O País ainda se encontra entre aqueles com cenário epidêmico mais preocupante, tendo as eleições de 2020 sido adiadas em quase um mês e meio via emenda constitucional justamente em razão dos riscos à saúde pública e à vida dos cidadãos que a realização de aglomerações no momento atual enseja. Destaca-se que muitos países onde aparentemente fora contido o alastramento da doença agora sofrem ou temem uma "segunda onda" de casos, não podendo o Estado brasileiro se descuida", destaca o promotor.

O caso ganha destaque pois é a primeira medida mais prática da Justiça Eleitoral no Estado nesse sentido. Com avanço de casos pelo Interior e riscos de uma possível "segunda onda", novas ações do tipo devem ocorrer. Em Fortaleza, o novo coronavírus também ganhou holofotes da campanha após o candidato do PDT na disputa, José Sarto, testar positivo para a doença. Até agora, demais candidatos ainda não confirmaram publicamente infecções com a Covid-19.

MPCE intermediou, em Horizonte, o primeiro acordo contra aglomerações durante a campanha eleitoral no Ceará
Foto: FCO FONTENELE
MPCE intermediou, em Horizonte, o primeiro acordo contra aglomerações durante a campanha eleitoral no Ceará

Campanha começa agora

Esqueça as últimas semanas de campanha eleitoral em Fortaleza. A disputa de verdade deve só começar para valer a partir desta segunda-feira. Isso porque está esperada para hoje a divulgação da primeira pesquisa eleitoral, realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, já com impactos do início da propaganda de rádio e TV na Capital. Como pegou pouco do novo momento da campanha, o levantamento servirá mais para mostrar patamar inicial dos candidatos após as primeiras semanas de movimentação nas ruas.

É esperada liderança folgada do deputado Capitão Wagner (Pros), até pelo recall de sua participação na disputa de 2016. Outros candidatos bem colocados devem ser Luizianne Lins (PT), Heitor Férrer (SD) e até Renato Roseno (Psol), também pelo histórico de participações em disputas locais. Curiosidade maior fica em torno de o quanto a campanha do candidato do PDT, José Sarto, conseguiu divulgar o nome do deputado, estreante em disputas majoritárias e ainda desconhecido do grande eleitorado.

Outro fator na alteração de cenário foi a chegada, na semana passada, dos repasses do Fundo Eleitoral para os principais competidores na Capital. Até agora, José Sarto recebeu R$ 4 milhões do PDT, Capitão Wagner (Pros) e Luizianne Lins (PT) receberam cerca de R$ 1 milhão dos partidos e Heitor Freire (PSL) cerca de R$ 500 mil. O suficiente para animar a disputa.

Ao longo da semana, outras pesquisas devem ser registradas em Fortaleza, já pegando período maior com rádio e TV na mistura. A partir daí, campanha eleitoral começa para valer: até agora, todos os candidatos seguem na estratégia do "paz e amor", evitando conflitos maiores e provocações mais diretas. Se as pesquisas indicarem que a estratégia não vem dando tanto certo, a coisa certamente mudará.

De uma coisa o leitor pode ter certeza: até pelo tamanho das questões e do acirramento entre os grupos em jogo, a campanha certamente não seguirá tranquila por muito mais tempo.

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