Recém-empossado como presidente do PTB cearense, o deputado Delegado Cavalcante diz que candidatura de Capitão Wagner (Pros) ao Governo do Ceará reúne hoje toda a base de apoio de Jair Bolsonaro no Estado. Segundo o parlamentar, não existe outro nome colocado entre bolsonaristas para disputar a sucessão de Camilo Santana (PT).

“Ele é o único candidato hoje. Eu apoio ele e o pessoal do presidente todo apoia”, disse o deputado, que recentemente migrou do PSL para o PTB por influência do presidente nacional da sigla, o ex-deputado Roberto Jefferson, que vem buscando maior alinhamento da sigla com Jair Bolsonaro nos estados brasileiros.

Entre outros aliados de Wagner, Cavalcante cita nomes como o deputado André Fernandes (Republicanos) e a vereadora de Fortaleza Priscila Costa (PSC). Cavalcante também avalia disputar vaga na Câmara dos Deputados em 2022, mas afirma que só deve “bater o martelo” da decisão no próximo ano, observada a viabilidade eleitoral da sigla na disputa.

Procurada pela coluna, Priscila Costa confirmou apoiar Wagner na disputa. A vereadora também ainda não fechou posição para 2022, mas avalia disputar vaga na Assembleia Legislativa pela base bolsonarista. Nos bastidores da oposição, ela é uma das citadas, junto com Inspetor Alberto (Pros), entre possíveis candidatos ao Senado pelo bloco.

As falas ocorrem logo após Capitão Wagner dizer, em entrevista ao O POVO, que sua candidatura ao governo do Ceará é hoje “irreversível”. Maior líder da oposição no Estado, o parlamentar negou ter se lançado à disputa como “teste” e minimizou a possibilidade de o senador Eduardo Girão (Podemos) representar os oposicionistas em 2022.

"Girão não quer ser candidato. Eu votaria e apoiaria a candidatura dele com muita força, como fiz em 2018", afirma Wagner, que diz ainda "lamentar" a decisão. Girão, por sua vez, tem dito que é “inoportuno antecipar o calendário eleitoral do ano que vem”. O senador destaca, no entanto, que “jamais” disputaria com Wagner o posto de candidato do grupo.

Como possui cargo no Senado garantido até 2026, Girão é visto como aposta “mais segura” para opositores, uma vez que Wagner ficaria sem mandato caso não consiga se eleger. Com a tese de Wagner, no entanto, Ceará caminha para reeditar, em 2022, disputa de 2016 pela Prefeitura de Fortaleza, quando o militar disputou contra Roberto Cláudio (PDT), hoje o nome mais cotado para representar o bloco da base aliada de Camilo.

Nas últimas eleições, Capitão Wagner e Girão – que dizem possuir relação de independência com Bolsonaro – têm se aproximado de lideranças bolsonaristas no Ceará. Em 2020, no entanto , Wagner evitou a associação direta com o presidente. Na época, pesquisas mostravam mal desempenho de Bolsonaro entre eleitores de Fortaleza.

Mudança

Em 2020, Capitão Wagner evitou a associação direta com o presidente Jair Bolsonaro. Na época, pesquisas mostravam mal desempenho de Bolsonaro entre eleitores de Fortaleza.