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Paz
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Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira

Paz

Hoje, domingo, acima de qualquer outro querer, eu desejo que o mundo, em mudança brusca, se encontre com a Paz
Tipo Crônica
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Hoje, domingo, acima de qualquer outro querer, eu desejo que o mundo, em mudança brusca, se encontre com a Paz.

Que ela, a partir do necessário encontro, vá se apossando do interior de cada ser humano, principalmente invadindo os espaços tendentes à belicosidade, amainando, aplacando a voluntariedade conflituosa.

Que ela, desde o primeiro momento da invasão, vá despertando as pessoas para olharem o mundo livres de conflitos, de preconceitos, de desrespeito, esvaziando em si toda a carga de negatividade existente.

Que ela, ao se apossar do íntimo de cada um, os intime a olharem-se na condição de pessoas leves, abstraídas de agressividade, agora carinhosas e atinentes de que a existência coletiva pode ser melhor quanto melhor for a existência pessoal, deslumbrada, envolvida em caminhada pacificada.

Que ela, plena de seu valor e da extensão profunda de sua acontecência, seja ajuda inignorável em todos aqueles e aquelas carentes de enxergar no gesto da mão estendida, no olhar de acolhimento, na palavra de bons presságios, no abraço de irmandade o ponto certo e exato de neles e nelas brotar o sentimento de liberdade, ficando, todos e todas, livres de qualquer anseio conflituoso que lhes habite.

Hoje, domingo, fico desejando que amanhã, segunda-feira, e os dias sequentes, sejam novamente domingo, na inspiração inequívoca de que hoje é um dia bom, um dia de melhores ares, um dia de sorrisos, abraços, flores, pássaros, boa brisa, vitórias sem derrotas.

Que a partir de hoje, então, não sucumbamos mais à maldade dos estupros, à debilidade dos feminicídios, à brutalidade da violação do corpo de crianças, de pessoas indefesas; que não sucumbamos mais a arroubos de crueldade insurgentes em nós. Que abandonemos a ferocidade. Que desistamos da vontade de querermos ser superiores a outros e que estes nos devam subserviência.

Que nesse domingo, que, doravante, será todo dia, os homens aprendam a serem humanos, alijando de si os instintos de apenas serem machos, acreditando, ilusoriamente, que as mulheres são de sua posse e, por isso, tudo está permitido a eles sobre elas.

Que nesse domingo, doravante todo dia de feira e sábado também, respiremos e difundamos PAZ.

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