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Haverá debate em Fortaleza?
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Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.

Haverá debate em Fortaleza?

A 20 dias do primeiro turno das eleições para a Prefeitura de Fortaleza, vive-se uma situação incomum. Ainda não houve debate entre os candidatos à Prefeitura, que normalmente são promovidos por veículos de comunicação.

O debate político, em rádio, TV e redes sociais, é um essencial evento democrático para que os candidatos detalhem as ações de seus planos de governo, apresentem suas argumentações em torno de certos temas e sejam postos em situação de confronto de propostas.

De acordo com a Justiça Eleitoral, até a última sexta-feira, um veículo jornalístico havia comunicado ao Tribunal Regional Eleitoral - Ceará (TRE-CE) o pedido de autorização para realização de debate. A TV Cidade solicitou a realização de debate com os candidatos à Vice-Prefeitura no dia 31 de outubro, a partir das 13h10min, e com os candidatos à Prefeitura no dia 7 de novembro, a partir das 20h40min. Os dados são públicos e podem ser consultados pelo site do TRE-CE.

O POVO não prevê a realização de debates até o primeiro turno na disputa em Fortaleza.

Há candidato à Prefeitura que está propondo debate aos demais pelas redes sociais. Outras instituições estão promovendo debate virtualmente. Os demais meios de comunicação, porém, ainda não confirmaram a realização nem o pedido à atual juíza eleitoral.

Humberto Mourão, chefe do cartório da 118ª Zona Eleitoral, explica que as regras de cada debate ficam a cargo da emissora que está promovendo. Para a realização deles, porém, precisa ser dada "ciência à Justiça Eleitoral", conforme a Resolução nº 23.610, de dezembro de 2019.

A resolução não menciona o formato de debate por videoconferência, por exemplo, algo corriqueiro em tempos de distanciamento social. Os veículos de comunicação, no entanto, podem adaptar a forma como apresentam essas discussões, como têm feito com diversos outros programas.

Democracia

Para o cientista político Cleyton Monte, os debates são muito representativos nas campanhas - além de terem um sentido histórico, são meio para influenciar o voto. "Não são bem vistos por quem está na liderança, porque têm mais capacidade de tirar voto do que de somar, mas são importantes para a formação da opinião do eleitor. E são mais democráticos, porque, na maioria dos formatos, deve-se dar o mesmo tempo de fala, de resposta aos candidatos", analisa Cleyton, que é pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC).

O professor lembra que o Brasil vive momento de polarizações e de disputa competitiva em algumas capitais, o que seria ideal para essa discussão. "O debate coloca o candidato numa situação de pressão, acentua o candidato e vira tema de discussão no dia seguinte. A democracia perde muito quando não existe", avalia Cleyton Monte.

Só para ter uma ideia: nas eleições de 2012, realizadas em 7 de outubro, o primeiro debate ocorreu no dia 12 de julho, promovido pela TV DN, em formato web. Em 2016, as eleições foram realizadas em 2 de outubro. O primeiro debate transmitido pela televisão foi no dia 24 de agosto, promovido pela TV Cidade. Tempos elásticos para a discussão até o pleito. Não vivíamos em pandemia e essa circunstância precisa ser considerada. Sob outros formatos, precisamos oferecer ao público uma oportunidade de discussão. Jornalismo é meio para isso.

No O POVO, a realização dos debates entre candidatos é tradicional em ambos os turnos. Desta vez, a tradição não se manterá. O jornalista Gualter George, coordenador das eleições no O POVO, explica que a pandemia de covid-19 tornou impossível a realização do evento com a garantia dos cuidados sanitários. Vários modelos foram analisados, na forma presencial, e nenhum deles, segundo Gualter, ofereceria segurança necessária à saúde dos candidatos, suas equipes, profissionais do Grupo e demais envolvidos. Acrescenta que "não se vislumbrou" uma alternativa viável de forma remota.

"Mais do que os leitores e os candidatos, nós lamentamos que as condições reais limitadoras tenham nos impedido de inserir, na cobertura de primeiro turno, um evento que já faz parte das nossas tradições. Caso aconteça um segundo turno na disputa de Fortaleza, com apenas dois candidatos e condições muito mais favoráveis, realizaremos, sim, um debate e temos o compromisso dos candidatos com a data de 23 de novembro", informa Gualter.

O POVO tem promovido uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Fortaleza, o que já faz desde a pré-campanha. Outros veículos também. As sabatinas têm sido elucidativas. O debate político, porém, é mais do que a exposição das ideias. É tão relevante no ambiente democrático e tão fundamental para o confronto das argumentações que há candidato que faz de tudo na campanha, menos participar de debate. É mostrando isso também que o Jornalismo ajuda na formação do público eleitor.

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