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Combater os boatos na pandemia
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Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.

Combater os boatos na pandemia

Tipo Opinião

A pandemia do novo coronavírus tem nos mostrado que o Jornalismo, profissional, responsável e crível, tem se fortalecido a cada informação que publica, apurada e checada com a devida precisão. No entanto, há, nestes tempos, um elemento também desafiador a ser combatido, que se alastra com uma velocidade absurda e é capaz de rapidamente chegar a um sem-número de pessoas causando desinformação e todos os efeitos terríveis que dela decorrem.

Se já não era fácil lutar contra as notícias falsas em épocas regulares, nestes momentos de pandemia a situação parece pior. Há um ambiente propício para sua propagação. Existe um interesse enorme pela busca de audiência em sites que inventam boatos e, assim, ganham dinheiro; há empenho em manchar ou destruir a imagem de alguém ou órgão envolvido no trabalho contra o vírus; e, além de toda essa má-fé, existe o preconceito, a informação ingênua e até antiga que é repassada como se fosse verdadeira ou atual.

Todo esse conteúdo encontra uma recepção fragilizada numa população já tensa pelo cenário delicado que se vive. Quando essas informações falsas chegam pelas redes sociais ou pelos aplicativos de mensagens, cujo poder de compartilhamento é muito maior, a desinformação não é apenas mais um mal, mas pode se tornar pânico.

Na semana que passou, qual de vocês não deparou com a mensagem que o carregamento de máscaras comprado da China pelo governo estadual estava contaminado pelo "vírus chinês", que havia sido criado em laboratório com o intuito de aumentar o poderio econômico do país asiático?  

Checagem

Mas quem vai acreditar que um carregamento de toneladas de material de equipamentos de biossegurança vindo de milhares de quilômetros via aérea traria vírus para contaminar alguém, não é mesmo? Para um jornalista profissional, que deve conhecer técnicas de verificar informações antes de publicar, não deve ser difícil reconhecer um boato. Ou, pelo menos, duvidar de sua veracidade antes de compartilhar.

Para um leitor mais atento, que sempre se dedica a procurar saber a origem da mensagem e a credibilidade de seu conteúdo, também deve discernir com mais facilidade ao ter contato com conteúdos do tipo.

Entretanto, o perigo da desinformação está para grande parte dos usuários, que recebem mensagens de texto e áudio o dia todo sem o mínimo de cuidado em verificar de onde partem e como são feitas, e quais interesses encobertos há na transmissão de cada uma delas. Como explicar a essas pessoas que o conhecimento da Ciência e que as técnicas do Jornalismo (também científicas) são muito mais confiáveis que as mensagens repassadas pelos grupos de WhatsApp?

São mensagens de chás milagrosos para a cura do vírus, de vacinas criadas há meses contra a doença, de resistência do vírus ao calor - para citar só algumas.

É responsabilidade social de cada indivíduo assumir sua parcela de cuidado ao compartilhar mensagens das quais desconfie. Em vez de procurar o aplicativo ou as redes sociais dos amigos virtuais como fonte de informação, que busque o conhecimento pelos órgãos oficiais, pela imprensa, por quem é responsável por comunicar os dados, e não manipulá-los às suas vontades.

Há estratégias relevantes, das plataformas de redes sociais (como o Facebook) e de órgãos (como o Ministério da Saúde e o Governo do Estado do Ceará), que podem ajudar a minimizar a desinformação. Mas a imprensa, que tem atuado em uma árdua força-tarefa, é um elemento fundamental que precisa seguir com ações mais intensas contra o mal da disseminação das notícias falsas.

A imprensa não deve acobertar nem julgar. Assim, condenar a imprensa por quaisquer fatos que ela publique é acusar um meio de transmissão pela mensagem que incomoda. O mal é a boataria que prejudica e traz danos irreversíveis. O fluxo da desinformação precisa ser contido.

O jornalismo precisa bem informar, apresentar dados corretos e a informação precisa. Mas, sobretudo nestes tempos, deve mostrar o que é mentiroso. É preciso reforçarmos nossas iniciativas de checagem, fazê-las mais recorrentes, apresentando o que é verdadeiro e expondo ao público onde é que se encontra informação correta. A garantia do "deu no jornal" ainda tem muita força.

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