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Editorial. A importância de antecipar ações por uma vacina
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Editorial. A importância de antecipar ações por uma vacina

Tipo Opinião

O último fim de semana registrou uma boa notícia no que diz respeito ao combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil. O anúncio de parceria entre o Governo Federal, a Universidade de Oxford (Reino Unido) e o laboratório farmacêutico AstraZeneca - também britânico - para produção em território nacional de uma possível vacina contra a Covid-19 trouxe ânimo e esperança para o País, que já ultrapassou 1,3 milhão de casos confirmados e se aproxima dos 60 mil óbitos pela doença.

Segundo o acordo anunciado pelo Ministério da Saúde, seriam fabricadas, inicialmente, 30,4 milhões de doses previstas para dezembro deste ano e janeiro de 2021. A produção das doses ficaria a cargo da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).

Em um segundo momento da parceria, caso sejam comprovadas a segurança e a eficácia do imunizante desenvolvido por Oxford (universidade de respeitabilidade internacional secular), seriam produzidas outras 70 milhões de doses, o que totaliza mais de 100 milhões de unidades da vacina.

De acordo com o Ministério da Saúde, quantidade suficiente para garantir cobertura em todo o País para idosos, profissionais da saúde, professores, indígenas, detentos, agentes de segurança pública, de salvamento, e motoristas de transporte coletivo.

Os últimos três meses de combate à Covid-19 mostraram de uma maneira muito clara que antecipar ações estratégicas é algo fundamental para evitar o agravamento da crise sanitária.

Exemplo disso foi a corrida desenfreada entre países na disputa por importações inflacionadas de equipamentos de proteção individual (EPIs) e respiradores, como os 300 que chegaram ao Ceará no último sábado, 27, vindos da China.

Nada leva a crer, portanto, que o cenário será diferente no momento em que a ciência conseguir descobrir uma vacina eficaz contra o Sars-CoV-2. No contexto da atual pandemia, adiantar-se pode significar milhares de vidas salvas.

Embora as cifras investidas pelo governo brasileiro sejam altas (R$ 695 milhões inicialmente, podendo chegar a R$ 1,58 bilhão se os testes tiverem êxito), elas poderiam ser ainda maiores no futuro em caso de compra emergencial com custos elevados.

Vale ressaltar, contudo, a prudência necessária ao analisar ou celebrar notícias como a descoberta de uma vacina. Primeiro porque, embora os estudos desses testes tenham se mostrado promissores, ela ainda não possui eficácia comprovada. Segundo porque, caso se confirmem os bons resultados, a disponibilização das primeiras doses só vai ocorrer em seis meses.

Dessa forma, vislumbrar a produção de um imunizante capaz de mitigar os efeitos do novo coronavírus ou mesmo erradicá-lo no futuro não pode significar ainda entre as pessoas relaxamento em medidas de segurança sanitária ou desrespeito a recomendações dos órgãos de saúde. n

 

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