Logo O POVO+
Coronavírus: o teste do feriado prolongado
Foto de Editorial
clique para exibir bio do colunista

O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública

Editorial opinião

Coronavírus: o teste do feriado prolongado

Tipo Opinião

O feriadão de 7 de Setembro pode se configurar como o primeiro teste para a retomada das atividades do turismo. Dependendo dos efeitos deste fim de semana prolongado, existe a possibilidade de novas políticas de ação de ajuda ao setor, um dos primeiros a sofrer o impacto da pandemia.

O ponto inicial a ser analisado é a demanda. Ou seja: onde estão as áreas de interesse do mercado nesse momento de reabertura dos hotéis? Já havia uma consciência do setor de que o litoral concentraria a procura, mas a baixa demanda por Fortaleza precisa ser entendida como um desafio a ser transposto.

Os números da Secretaria do Turismo (Setur) apresentados na quinta-feira projetavam uma ocupação para os hotéis do Ceará de 85,7%; mas Fortaleza ficava com apenas 35,7% da procura. Nas localidades de Flecheiras e Mundaú, hotéis, pousadas e flats estavam lotados (100%). Em Jijoca de Jericoacoara, a expectativa era de 97,5%, mas durante o final de semana já se falava em 100%, enquanto para o Cumbuco havia uma previsão de 91,4% de ocupação.

A explicação dada Pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-CE) é de que a pandemia gerou uma maior procura, por parte dos moradores de Fortaleza, pelas praias, gerando um turismo de vizinhança; a Capital, por sua vez, ainda depende muito do retorno dos voos que trazem os turistas do Sudeste.

Mas a questão está concentrada apenas nos voos? Essa pergunta também deve ser feita. Fortaleza há tempos tem se transformado em uma espécie de "cidade-dormitório", onde os visitantes desembarcam no aeroporto, vão para o hotel e depois saem para conhecer as belezas das praias vizinhas, retornando no período da noite. Há uma clara necessidade de valorização das atrações da cidade, mostrando e garantindo o que ela apresenta de melhor, através dos roteiros turísticos.

Outro ponto a ser analisado é o da própria pandemia do novo coronavírus. O Ceará realizou a flexibilização do isolamento social de forma gradual, estabelecendo critérios para cada atividade, inclusive o turismo, tentando impedir aglomerações. Com o feriadão, verificou-se que muita gente não levou os cuidados com seriedade. Resultado: multidões em diversas praias, sem o uso de máscaras, além de lotações em ruas estreitas.

O efeito dessa movimentação só será melhor estimado dentro de duas semanas. Embora todas as regiões do Ceará tenham registrado o enfraquecimento da pandemia, segundo os dados apresentados pelo governador Camilo Santana no início da semana passada, enquanto não houver vacina não é possível relaxar.

A partir da movimentação deste feriadão, e de seus possíveis efeitos, será possível encaminhar, de forma mais consolidada, a retomada do turismo e da economia como um todo, visando estabelecer uma convivência com o vírus de forma menos danosa. Caso os números aumentem, pode ocorrer exatamente o contrário, e uma segunda onda da doença é algo a ser evitado. n

 

Foto do Editorial

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?