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Nível de vacinação antipólio é baixo no Ceará
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Nível de vacinação antipólio é baixo no Ceará

Tipo Opinião

É preocupante a informação divulgada na edição desta terça-feira (20/10/2020) mostrando que, faltando 11 dias para a finalização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, o Ceará havia imunizado somente 26% do público alvo. Segundo a plataforma DataSUS, do Ministério da Saúde, cerca de 134 mil crianças em idade de vacinação haviam tomado a dose contra paralisia infantil, sendo que a meta é alcançar mais de 500 mil até o fim do mês. Em Fortaleza, a cobertura é menor ainda, com 17,48% das crianças vacinadas.

Para Carmem Osterno, coordenadora de Imunização da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o índice de imunização é maior do que o informado pelo DataSUS. Segundo disse, 39 municípios ainda não tinham sistematizado seus dados. A projeção é que o percentual de imunização real esteja em torno 35%.

De qualquer modo, levando-se em conta que a campanha termina em dez dias, o índice de 35% ainda é baixo considerando-se a importância dessa vacina para a vida saudável das crianças. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de erradicação da transmissão do vírus. Mas, segundo especialistas, mesmo considerando que o Brasil está livre da paralisia infantil, é importante que as crianças continuem sendo vacinadas para evitar a reintrodução do vírus no País.

O argumento da coordenadora vai na mesma direção, informando que a campanha não pode ser estendida demais, pois o objetivo da vacinação é fazer com que grande quantidade de vírus vacinal circule em todo o País ao mesmo tempo, para combater a entrada do vírus selvagem no ambiente. Uma campanha prolongada, diz ela, "perde o efeito". Por isso reforça a responsabilidade dos pais e responsáveis em levar suas crianças a uma unidade básica de saúde para receber a imunização.

Para essa doença infectocontagiosa a vacina é a única forma de prevenção. Na maioria dos casos, a criança sobrevive à infecção, mas fica com sequelas irreversíveis, que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros inferiores.

É difícil entender porque a vacinação sensibiliza menos os pais hoje do que das gerações anteriores, que procuravam sempre manter em dia a caderneta de saúde dos filhos. Uma das razões, pode ter sido pelo fato de as gerações atuais não terem convivido com doenças graves, porém evitáveis por vacinas, pois algumas delas - como a poliomielite e sarampo, por exemplo - foram erradicadas do Brasil.

Outro motivo pode vir de campanhas antivacina, que passaram a circular nas redes sociais, eivadas de informações mentirosas. Também não ajuda ter um presidente da República que fala abertamente ser contrário à vacinação obrigatória - no caso, a da Covid-19 -, dando um péssimo exemplo de como assunto tão sério deve ser tratado. 

 

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