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Pequenos negócios: ousados e inovadores
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Pequenos negócios: ousados e inovadores

Tipo Opinião

É animadora a constatação que "44% das empresas do Ceará inovaram na crise", conforme registrou a manchete deste jornal na edição desta terça-feira (27/10/2020). O estudo, referente às pequenas empresas, é da 8ª edição da pesquisa sobre o impacto da pandemia do coronavírus nos negócios, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A pesquisa ouviu 6.033 empreendedores em todo o Brasil, incluindo o Ceará. Sem se abater com as dificuldades, os empreendedores encararam a pandemia com o lançamento de novos produtos e serviços e recorrendo aos canais digitais.

É de se lembrar que a dificuldade em conseguir crédito sempre foi um dos entraves principais para o desenvolvimento dessas empresas. E, mesmo durante a pandemia, a situação não melhorou, apesar dos diversos programas lançados que, teoricamente, beneficiariam os pequenos negócios. No entanto, esses recursos chegaram de forma insuficiente devido à burocracia criada pelos bancos para liberar os empréstimos. Mesmo assim, os empreendedores persistiram.

O técnico do Sebrae, Felipe Melo, afirma que a inovação foi crucial para manter os pequenos negócios e resume o desafio vencido pelos pequenos empresários: "Com o impacto forte do fechamento temporário, eles tiveram de mudar rápido e foi tudo muito intenso. O chamado novo normal já chegou e está em vigor para os pequenos. Não deu tempo para pensar", explica ele. A força de expressão "nem deu tempo para pensar" é, na verdade, sinônimo de pensamento e ação rápidos.

Foi o que fez a empreendedora Sara Bruna Ferreira Rabelo, um exemplo da superação que se replicou em todo o País. Ela vendia produtos importados para bebês, mas, com a pandemia, logo percebeu que poderia perder clientes, devido à alta do dólar e à crise econômica. Assim, resolveu investir também em produtos nacionais.

O temor inicial foi superado e, hoje, as marcas nacionais respondem por 70% de seu negócio, dobrando as suas vendas. Ela destaca que o aumento do faturamento permitiu a realização de um "sonho": abrir uma loja física, que se realizou neste mês. Nesse aspecto, é interessante observar que vários negócios iniciados na internet buscam também se estabelecer também fisicamente, demonstrando que o atendimento presencial ainda tem longa vida pela frente.

É novamente Felipe quem faz o resumo dos acontecimentos: "Surgiu um novo mercado. E foi a grande criatividade dos empresários, inovando e buscando os mercados que não tinham. Essa foi a grande surpresa. As marcas conseguiram enxergar como reinventar o que faziam".

Com apenas uma divergência em sua precisa análise: criatividade, ousadia, capacidade de trabalho e empreendedorismo são tão típicos do brasileiro que não deveriam mais surpreender ninguém. 

 

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