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Biden assume, como fica o Brasil?
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Editorial opinião

Biden assume, como fica o Brasil?

Tipo Opinião

Sob um esquema de segurança nunca visto em uma cerimônia na Casa Branca, toma posse hoje o democrata Joe Biden, o 47º presidente dos Estados Unidos da América, um país, cuja independência da Inglaterra em 1776, antes da Revolução Francesa, serviu de exemplo para todos os povos que almejavam a democracia, a liberdade e o direito inalienável de dirigir seus próprios destinos.

Essa longa tradição democrática foi intensamente confrontada pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano), que deixa o cargo. Mas a democracia americana provou-se forte o suficiente para derrotar políticos populistas de ânimo autoritário, também chamados de "iliberais", pois usam os instrumentos da própria democracia na tentativa de enfraquecê-la.

Ainda assim, Biden vai assumir uma nação dividida de forma irreconciliável, pelo menos até agora, e sua grande tarefa será reverter essa situação. O gabinete diversificado etnicamente, nomeado por ele — incluindo a vice-presidente Kamala Harris — é um gesto importante nessa direção.

De qualquer modo, a mudança de guarda na Presidência americana, terá repercussão direta no Brasil. O governo do presidente Jair Bolsonaro deu uma guinada na política externa, priorizando a discussão ideológica e aproximando-se de mandatários com posições parecidas com a dele, abandonando o equilíbrio e o "soft power", que sempre caracterizaram a diplomacia brasileira. Isso o fez aproximar-se de Donald Trump, muitas vezes em prejuízo para os negócios brasileiros. Depois, apostou todas as fichas na reeleição do aliado, que acabou frustrada.

Além de uma possível má vontade que a nova administração americana terá em relação ao Brasil, Biden pretende retomar as negociações com organismos multilaterais, e priorizar políticas voltadas para combater a crise climática e o desmatamento, a antítese do que fazia Trump, seguido por Bolsonaro.

Até hoje não há sinais de como vai se comportar o governo brasileiro, que só foi reconhecer a vitória de Biden com atraso de mais de trinta dias, porém aumenta a pressão para que Bolsonaro faça um aceno de trégua para a administração Biden. Esse indicativo seria a substituição do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, certamente por um diplomata que não seja abertamente trumpista.

No entanto, sabe-se da dificuldade de Bolsonaro em demitir ministros de sua "ala ideológica", a não ser que a queda seja para cima, como aconteceu com o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que ganhou um cargo de diretor no Banco Mundial.

Essa definição dirá se o presidente Jair Bolsonaro vai buscar uma boa relação com a administração Biden ou persistirá no confronto, exemplo do que vem ocorrendo com a China. 

 

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