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Covid-19: ameaça de caos no Ceará e no Brasil
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Covid-19: ameaça de caos no Ceará e no Brasil

As próximas semanas serão muitíssimo difíceis para o Ceará diante da nova escalada da pandemia, de acordo com o titular da Secretaria da Saúde do Estado, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho em entrevista exclusiva ao O POVO, publicada ontem. Será, uma experiência muito mais dramática do que a vivida no ano passado, durante o pico da primeira onda, em abril e maio. Isso vai exigir do povo cearense a adesão massiva a medidas eventualmente mais duras de isolamento social para evitar um caos semelhante ao de Manaus. É que desta vez os hospitais já estão com seus leitos, em grande parte, ocupados por pacientes com outras doenças graves, cujo atendimento estava represado - o que não ocorreu quando do primeiro surto. Naquela época, a exclusividade das vagas era para as vítimas da Covid-19. Além do mais, a propagação está muito mais rápida e ampla, atingindo também a faixa jovem e transcorrendo, simultaneamente, na Capital e no Interior. O que não ocorria no pico do ano passado.

O quadro do País não é diferente, levando o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) a defender o endurecimento de medidas de restrição, com toque de recolher nacional, incluindo finais de semana. Em nota, os gestores pediram ainda o fechamento de praias e bares, e que as autoridades instituam barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerando inclusive "fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual. E que o lockdown total, seja aplicado em regiões com mais de 85% de ocupação de leitos. Os secretários argumentam que é preciso o Congresso Nacional estabelecer um "Pacto Nacional pela Vida", reunindo toda a sociedade. Advogam ainda o retorno imediato do auxílio emergencial e a dotação de recursos extraordinários para o Sistema Único de Saúde (SUS): descobriu-se que o governo Bolsonaro reteve R$ 80 bilhões que seriam destinados à Saúde, em plena pandemia. Um absurdo inominável.

A falta de respeito das pessoas às normas de isolamento social e, sobretudo, a falta de empenho do governo federal na contenção da pandemia, desde o início, desprezando a constituição de um comando único não-negacionista para enfrentar o mal, colocou o País às bordas de uma catástrofe pavorosa. A solução definitiva só poderá vir com vacina que, se depender do ritmo do Planalto, ficará para as "calendas gregas". Por isso, foi de suma importância a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar estados e municípios para comprarem diretamente vacinas de laboratórios estrangeiros, se não houver oferta pelo Ministério da Saúde, ou esta for insuficiente.

No caso do Ceará, o governo local se desdobra para manter o calendário de vacinação. A lentidão de Brasília vai impondo, no entanto, a imperatividade de um lockout total, nacional, por duas ou três semanas, para dar um tranco na propagação do vírus e evitar o colapso completo do sistema de atendimento das vítimas. n

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