Engenheiro Mecânico pela Unesp, pós-graduado em Administração de Empresas pela Faap, mestrando em Turismo pela Uece, aprendeu a cozinhar ainda na infância com familiares japoneses. Durante os anos em que viveu em São Paulo dedicou-se a cursos na área de gastronomia, quando decidiu empreender na área de gastronomia, nos anos 2000, em Fortaleza, tendo comandando sucessos da culinária oriental na cidade. Além das atividades como chef e empresário do ramo de alimentação, é professor de Gastronomia da Unifanor Wyden, Coordenador Técnico da Pós Graduação em Gastronomia da Unifanor Wyden, consultor gastronômico e tem empresa de prestação de serviços de catering, palestras e cursos na área de Gastronomia.
A história dos fartes me foi contada pelo amigo Fernando Barroso, em suas prosas gastronômicas. Esses docinhos de origem portuguesa chegaram ao Brasil nas caravelas de Pedro Álvares Cabral. Esse fato está documentado nas cartas de Pero Vaz de Caminha.
A tradição da feitura dessa histórica iguaria foi sendo passada de uma geração à outra na cidade de Sobral, onde se tornaram Patrimônio Imaterial do município. Inicialmente feito com farinha de trigo, manteiga, ovos, gengibre e especiarias, os fartes se tornaram itens obrigatórios nas festas mais requintadas da alta sociedade sobralense no século XVIII. Mas no ano de 2020, os segredos e a produção dessa receita estava restrito a uma pessoa, somente dona Thomázia , sobrinha da mestra da cultura dona Rita, detinha esse saber.
Um novo personagem entra na história dos fartes: Ana Cristina Pires é uma respeitada culinarista de Sobral e, atualmente, está finalizando o curso de Gastronomia na Uninta.
Tenho o privilégio de ser um de seus professores nessa instituição e de tê-la como uma das alunas mais brilhantes. E foi em 2020 que Ana Cristina participou de um Festival Gastronômico e ficou conhecendo a história dos fartes.
"Como os fartes estavam retidos em poucas pessoas, se não cuidássemos a tempo, perderíamos a produção desse doce cultural" disse ela nesse momento. Ela foi procurar dona Rita e dona Thomazia e, com elas, aprendeu os segredos dessa receita. Hoje Ana Cristina é uma multiplicadora desse patrimônio, ministrando oficinas para mulheres de baixa renda e temos o privilégio de receber essa receita aqui em nossa coluna.
250 gr de farinha de mandioca (usar farinha que tenha goma)
1 litro de leite de coco
50 a 100 gr de gengibre
Calda de açúcar (250 gr de açúcar e 100 ml de água)
250 gr de farinha de castanha
Modo de Fazer: Misturar a calda, o leite de coco, a farinha de castanha e a farinha de mandioca e levar ao fogo para cozinhar a farinha e obter um angu. Dependendo da quantidade de goma da farinha, o angu pode ficar muito grosso, e nesse caso, pode acrescentar mais calda e leite de côco.
Massa
500 gr de farinha de trigo sem fermento
250 gr de manteiga sem sal
Leite de côco até dar o ponto
Modo de fazer: Misturar a manteiga e a farinha de trigo e colocar o leite de coco aos poucos, até obter uma massa macia que desgrude das mãos. Abrir a massa fininha e rechear com o angu, modelando os pastéis. Levar para assar em forno médio. Depois de assado, passar os fartes na calda de açúcar e passar pelo açúcar cristal (esse processo é conhecido como ritual dos fartes).
Muita gratidão por compartilhar essa receita Ana Cristina. O Ceará agradece!!!
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