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Artigo - "Sputnik em tempos de Covid-19"
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - "Sputnik em tempos de Covid-19"

Com o título "Sputnik em tempos da Covid-19", eis artigo de Marcelo Gurgel, professor universitário, economista, escritor e médico. Ele aborda as vacinas que estão sendo fabricadas e que prometem o fim do novo coronavírus. Confira:
Tipo Opinião
FORTALEZA, CE, BRASIL, 03-08-2013: Marcelo Gurgel, médico, escritor, economista e professor da Universidade Estadual do Ceará  (UECE) (Foto: Mauri Melo/O POVO) (Foto: O POVO)
Foto: O POVO FORTALEZA, CE, BRASIL, 03-08-2013: Marcelo Gurgel, médico, escritor, economista e professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE) (Foto: Mauri Melo/O POVO)

A revista The Lancet publicou em 4/9/2020 um trabalho com os resultados preliminares de um estudo com uma vacina testada contra o novo coronavírus.

Denominada Sputnik V, o imunizante está sendo desenvolvido pelo Instituto Gamaleya, sob o patrocínio da Rússia, cujo governo promete iniciar em outubro vindouro a vacinação dos seus cidadãos.

A pesquisa envolveu a testagem em 76 sujeitos, acompanhados durante 42 dias, sendo metade para aferir a segurança da vacina e metade para verificar a eficácia vacinal.

O estudo anunciou que a produção de anticorpos no plasma foi maior nas amostras dos inoculados quando comparada com a de pessoas infectadas, garantindo assim a eficácia da vacina. Para eles, a segurança foi atestada porque "não houve resultados adversos" decorrentes da Sputnik V nas pessoas testadas.

Os resultados foram vistos de forma animadora por governantes e cidadãos em geral, mas despertaram ceticismo em cientistas e epidemiologistas pela celeridade na condução da investigação e por ser ainda um estudo de fase II.

A amostra estudada foi de pequeno tamanho e também padeceu de viés de seleção diante da sua predominância de jovens, com muitos militares entre os recrutados do estudo.

A Sputnik V não foi isenta de efeitos colaterais, pois entre os testados foram relatados febre alta, cefaleia, adinamia etc.

Efeitos adversos graves são, comumente, eventos de rara incidência, sendo baixa a sua probabilidade de ocorrer em amostras pequenas e, amiúde, quando existentes, somente são identificados em estudos de fase III.

Enfim, é preciso cautela em se preconizar o uso da dita vacina russa contra a Covid-19 antes dela ser validada em um protocolo de fase III.

*Marcelo Gurgel,

Médico, economista, escritor e professor universitário.

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