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Artigo - "A AESP e a capacitação do policial civil"
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - "A AESP e a capacitação do policial civil"

Com o título "A AESP e a capacitação do policial civil", eis artigo de Irapuan Diniz de Aguiar, advogado e professor. Ele cobra a necessidade de aprimoramento da formação do policial civl. Confira:
Tipo Opinião
Irapuan Diniz Aguiar, advogado (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Irapuan Diniz Aguiar, advogado

Uma instituição só pode ser compreendida olhando-se para trás e só deve ser avaliada, a partir do conhecimento de sua história e dos valores que cultua. Infelizmente a Polícia Civil cearense tem tido sua imagem desgastada perante a população por uma avaliação equivocada de seu desempenho e desconhecimento dos relevantes serviços prestados à sociedade por muitos de seus integrantes. É importante lembrar, por isso mesmo, que o Ceará foi o primeiro Estado nordestino a criar sua
polícia civil de carreira, isto há mais de meio século. A preocupação com a profissionalização de seus quadros ensejou, ainda em 1961, a criação da Escola de Polícia Civil, transferida para novas instalações em 1972, já com “status” de Academia. Figuras exponenciais do mundo jurídico fizeram parte de seu corpo docente dentre os quais o desembargador Stênio Leite Linhares, o criminalista Evaldo Ponte, o ministro emérito do TCU, Ubiratan Aguiar, o procurador de Justiça Eyorand Benévolo de Andrade, o Conselheiro do TCE Edson Carvalho Lima e tantos outros renomados mestres. Nas áreas específicas da investigação e da perícia técnico-científica, outros profissionais de projeção nacional também ministraram aulas para os policiais civis cearenses, como os renomados professores Coriolano Nogueira Cobra da Polícia Civil de São Paulo e o médico-legista Genival Veloso, da Universidade Federal da Paraíba. 

Há de se ter a compreensão de que a imagem, positiva ou negativa, de uma instituição é o resultado do nível de gerenciamento a que está submetida nos seus diferentes escalões, neles incluídos o do
recrutamento, da formação e da capacitação de seus membros. Assim, é necessário avaliar como esta missão tem sido conduzida no âmbito da atual Academia Estadual de Segurança Pública - AESP. É importante relembrar, em função disso, que a excelência do magistério da então Academia de Polícia Civil – APOC, tinha como alicerce a construção de uma grade curricular focada na investigação policial e na área técnico-científica, com disciplinas como técnica de interrogatório, prática cartorária, criminalística, criminologia, organização e administração policiais dentre outras, o que credenciou esta agência de formação de profissionais a ministrar cursos para policiais de outros Estados dentre os quais os do Pará (formação de delegados de polícia civil), do Amapá e do Rio Grande do Norte.

Em função disso, o governo paraense, ao instituir o Curso Superior de Polícia para habilitar os delegados de polícia daquele Estado à ascensão funcional ao final da carreira, celebrou convênio, através de sua Secretaria de Segurança Pública, com a Universidade Estadual do Pará - UEPA, e, mercê da experiência já vivenciada, expressa na qualificação dos professores da APOC/CE, de cujo corpo docente fiz parte, os convocou para ministrarem aulas no referido curso. Estes registros são feitos para alertar o governo cearense de que o fortalecimento da polícia judiciária estadual passa, necessariamente, pelo enfoque a ser dado na formação do policial civil cujos reflexos positivos resultarão em inquéritos policiais bem elaborados e na elucidação dos homicídios de autoria desconhecida.

*Irapuan Diniz Aguiar

Advogado e professor.

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