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Artigo - Cid Gomes e a hipocrisia do meio ambiente
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - Cid Gomes e a hipocrisia do meio ambiente

"Ao falar de Sales como devastador, omite os que mataram o Rio Acaraú", aponta em artigo o jornalista Luciano Cléver
Tipo Opinião
Luciano Cléver é jornalista (Foto: REPRODUÇÃO)
Foto: REPRODUÇÃO Luciano Cléver é jornalista

Senador Cid Gomes, multado por provocar devastação na mata da Serra da Meruoca, agora posa de defensor do meio ambiente. Foi às redes sociais e sem, o menor pejo, disse que o ministro Sales é a maior devastação. Cid virou militante da hipocrisia. Depois de investir uma retroescavadeira contra dezenas de pessoas, passou a defender a vida e chamar os outros de genocida.

Meio ambiente é terreno propício para semeadura de todo tipo de picaretas e hipócritas. Um dos protagonistas, estrelando nas redes sociais, é o senador sobralense. Ao falar de Sales como devastador, omite os que mataram o Rio Acaraú, que virou uma lagoa de dejetos nas mãos do atual gestor, irmão mais novo da oligarquia. Também poderíamos elencar entre os crimes contra a pessoa, dois escândalos na sua própria gestão: o dos tatuzões, que enterrou mais de 130 milhões de reais e o do Aquário, onde mergulham indícios de roubalheira que clamam por investigação, sugou para debaixo das águas outra milionária cifra de igual monta.

Cerca de 300 milhões de reais do nosso rico dinheirinho desperdiçados por incompetência ou muita sabedoria. Alvo de inquéritos da Lava Jato, com acusação de extorquir grandes empresários para financiamentos de campanha eleitoral – tanto a sua quanto a de Camilo Santana – Cid Gomes ainda ousa se apresentar como vestal, ao defender a CPI da Covid para desgastar Bolsonaro (que pode pegar seus aliados Roberto Cláudio e Camilo). Já se disse que corrupção mata, essas de que falamos se transformam em verdadeiro “genocid”.

No dia da Cúpula do Clima, pululam picaretas de todas as matizes num rosário epistolar. Cartas e mais cartas dirigidas ao presidente americano Joe Biden para que não feche acordo com Bolsonaro. Artistas internacionais e locais, ex-ministros e até governadores (mais de 20) escreveram suas epístolas. Não se pode cobrar coerência desse povo. Primeiro, acusaram o presidente de não querer diálogo. Agora, que ele se dispõe ao diálogo, eles propõem que não lhe deem ouvidos.

Essa sanha organizada para derrubar o ministro Sales deixa claro, para mim, que ele deve estar no rumo certo. As nações que destruíram o meio ambiente para se desenvolver querem dar lição ao Brasil, um dos países que menos emite poluentes no mundo. O discurso da preservação ambiental, do cuidado com a Amazônia, tem dois vetores. Um é o da disputa de mercado internacional no agronegócio, que ameaça os concorrentes europeus e americanos. O outro é para nos condenar ao subdesenvolvimento. Que haja exuberância de nossa rica natureza, mesmo que o povo seja condenado à miséria.

O meio termo é a saída para o meio ambiente. Preservação e desenvolvimento social e econômico devem andar juntos em simbiose. Que um não destrua o outro, que não impeça o outro de prosperar. Esse parece ser o que norteia o ministério do meio ambiente. Daí tanta resistência, tantos ataques, exatamente por não se mostrar refém de uma agenda ambientalista romântica. Precisamos conhecer melhor. Precisamos de conhecimento. Afinal, a ignorância é que atravanca o progresso.

Luciano Cléver é jornalista

Foto do Eliomar de Lima

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