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Artigo - Senador Girão, vergonha no atacado e no varejo
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - Senador Girão, vergonha no atacado e no varejo

"O senhor insiste em dizer que o STF tirou prerrogativas do governo federal para o combate à covid. Falsamente continua dizendo que o hospital de campanha de Fortaleza custou 90 milhões. Travestiu-se de sargento cloroquina, defendendo essa droga como panaceia para a pandemia. Sempre investindo na mentira e na falácia exacerbada", aponta em artigo o vereador Julio Brizzi
Tipo Opinião
Júlio Brizzi é líder do PDT na Câmara Municipal de Fortaleza (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Júlio Brizzi é líder do PDT na Câmara Municipal de Fortaleza

Pelo que nos revela o dicionário, “vergonha alheia é uma locução da língua portuguesa que define o sentimento de vergonha que uma pessoa sente ao testemunhar algo que outro indivíduo disse ou fez; o ato de sentir vergonha pelo próximo.

A vergonha alheia é um sentimento de constrangimento ao presenciar alguma situação embaraçosa feita por outro indivíduo que, normalmente, não percebe o quanto ridículo, estúpido, ignorante ou vergonhoso foi o seu ato”.

Com todo o respeito aos 1.325.786 cearenses que votaram no candidato Eduardo Girão para senador, o que correspondeu a 17,09% dos votos válidos, sinto hoje esse sentimento de vergonha alheia com relação ao que está fazendo o representante cearense do partido Podemos, lá no Senado da República.

O número de votos obtidos por ele na eleição de 2018 registrou uma diferença de 11.993 sufrágios com relação à votação dada ao terceiro colocado, 0,9% maior. Mas, a meu juízo, a diferença que se esperava por parte dos seus eleitores com relação à sua postura no exercício do mandato era infinitamente maior.

Porém, a partir da vergonha percebida em tantos relatos que ouvi, posso afirmar que esse sentimento de vergonha alheia atinge um contingente muito maior da população do nosso Estado.

Mas vamos ao que podemos identificar como a matriz desse avassalador sentimento de vergonha alheia.

Primeiro, o senador Girão demonstra não sentir vergonha de si mesmo e o papelão que faz na CPI como propagandista de uma terapêutica que não tem eficácia comprovada pela ciência. Segundo, revela total carência de empatia com relação a dor dos familiares de mais de 430 mil mortos pela covid em nosso País.

Deste total, quase 19 mil são irmãos cearenses que perderam a vida por causa da doença.

E nesse roteiro dantesco, de uma narrativa surreal, segue buscando a simpatia palaciana, defendendo o indefensável e servindo de bucha de canhão na genocida política bolsonarista, seguramente na esperança de pontificar-se como contraponto e oposição ao atual Governo do Ceará e à Prefeitura de Fortaleza, alvos preferenciais de suas investidas politiqueiras, num projeto de poder que o uniu ao que de pior a política cearense produziu nos últimos tempos: um grupo de milicianos que só se dedica a ser a favor do contra, sem qualquer proposta exequível de uma ação que possa trazer um mínimo benefício à gente mais carente entre os nossos conterrâneos.

Senador Girão, mentir uma vez, até que se perdoa. Foi sempre assim na história da humanidade. Mas mentir por compulsão, além de vergonhoso, revela carência de compromisso mínimo com valores e sentimento de decência.

O senhor insiste em dizer que o STF tirou prerrogativas do governo federal para o combate à covid.

Falsamente continua dizendo que o hospital de campanha de Fortaleza custou 90 milhões. Travestiu-se de sargento cloroquina, defendendo essa droga como panaceia para a pandemia. Sempre investindo na mentira e na falácia exacerbada.

Pelo mandato que lhe foi outorgado pelo povo cearense, o senhor ainda detém cinco anos e sete meses de exercício senatorial. Reflita e veja se não já é tempo de voltar suas energias para algo realmente benéfico ao nosso povo.

Sinto que esse sentimento de vergonha alheia hoje constrange a esmagadora maioria dos nossos irmãos cearenses. Apelo pra que não manche mais a memória histórica dos cearenses na sua contribuição no processo de construção de nosso País. Um mergulho na história nos revela o que o Ceará foi representativo na abolição da escravatura, por exemplo, na consolidação dos direitos civis com Bevilaqua, com o pioneirismo feminino de Rachel, com a pena aguerrida de Alencar, o heroísmo de Bárbara pela república e, mais recentemente, no exemplo como revolucionar pela educação.

Pare de nos envergonhar em plano nacional, no varejo e no atacado.

Sei bem do compromisso que tem com o grupo do capitão e companhia, mas será que vale a pena, em nome de um ridículo projeto de poder, insistir em deixar para a Nação a ideia de que não existe vida inteligente nascida nos rincões do semi-árido cearense??

Nem Pollyana ou Alice acreditam na sua inocência política!!

Júlio Brizzi é vereador e líder do PDT na Câmara Municipal de Fortaleza

Foto do Eliomar de Lima

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