O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
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Após o presidente Evo Morales, primeiro indígena a comandar a Bolívia, pressionado pelas forças de extrema direita do país, manifestar a intenção de convocar novas eleições com a substituição de todos os membros do Supremo Tribunal Eleitoral (STE), como sugeriu a Organização dos Estados Americanos – OEA, teve sua renúncia exigida pelas forças armadas do país. Mesmo depois de anunciar renúncia, a reação violenta contra os defensores de seu governo, os saques e ataques às instituições públicas continuaram nas ruas.
Em seus governos, Morales promoveu a ampliação da participação do Estado na economia nacional, efetivou políticas redistributivas e de inclusão social com contínuo e consistente crescimento econômico, reduziu drasticamente a pobreza e ampliou a participação política de grupos historicamente excluídos com importantes mudanças constitucionais. Para isso travou conflitos com multinacionais, setores das elites financeiras, empresariais e agrícolas bolivianos. Entretanto, a autonomia e altivez política cobra alto preço.
A América Latina traz em sua história a instabilidade política, econômica e institucional própria de territórios que se encontram, permanentemente, em zona de interesse geopolítico de poderosas forças imperialistas, dimensão que tem empurrado seus territórios e povos para a superexploração laboral na arquitetura global do mercado de trabalho, para a dependência econômica, para a permanente emergência social desencadeada por suas desigualdades estruturais e para a pilhagem ambiental neo-extrativista.
A violência desencadeada com efetiva participação policial e militar nas ações e omissões, a radicalização político-racista de setores médios da sociedade e o apoio das poderosas oligarquias econômicas bolivianas, expressam os conflitos que atravessam o continente. Os povos indígenas, os trabalhadores do campo e da cidade, os mais pobres e, no limite, a soberania popular são as maiores vítimas deste duro golpe de Estado que sangra a Bolívia e Nuestra América.
*David Moreno Montenegro,
Doutor em Sociologia e professor de Sociologia do IFCE.
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