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Artigo - Camilo e Cid lançarão candidatura em Fortaleza, que não será do PT ou do PDT
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - Camilo e Cid lançarão candidatura em Fortaleza, que não será do PT ou do PDT

Sociólogo e consultor político Luiz Cláudio Ferreira Barbosa aponta que Eunicio Oliveira e o MDB acenam apoio à pré-candidatura de Capitão Wagner, em caso de candidatura unificada trabalhada pelo governador e pelo senador
Tipo Notícia
 (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO

O governador Camilo Santana (PT) sempre foi a confluência do lulismo-petista e do cidismo, na política estadual, sendo aliado estratégico do ex-governador Ciro Gomes (PDT), nos últimos pleitos eleitorais: 2014 (Ceará -Brasil), 2016 (Fortaleza) e 2018 (Ceará-Brasil).

Camilo é o único produto original do casamento político-administrativo-eleitoral entre o lulismo e o cirismo-cidista, no período (2003-2018), e ponto de convivência pacífica entre essas duas matrizes. O ex-presidente Lula e a direção nacional do Partido dos Trabalhadores vão tentar derrotar o grupo político de Ciro e do prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio (PDT), nas eleições de outubro próximo. Todavia, o governador do Ceará não vai brigar com o senador Cid Gomes (PDT), pois ambos irão lançar uma candidatura conjunta, que não será do PT ou do PDT.

No último pleito eleitoral da capital cearense, na reeleição do prefeito Roberto Cláudio, teve um fato fora da normalidade naquela eleição (2016), que foi o sentimento de solidariedade entre petistas e pedetistas contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (2011-2016). Com isso, tivemos o voto útil emocional a favor do chefe do Executivo municipal, nos dois turnos.

No segundo turno do pleito eleitoral nacional no Ceará, no ano de 2018, no entanto, já não tivemos o mesmo sentimento de solidariedade dos ciristas, em relação ao presidenciável petista Fernando Haddad, contra o presidente eleito, o capitão Jair Bolsnonaro.

O núcleo político de Camilo Santana não contou com o apoio do ex-governador Ciro Gomes, nem do senador eleito Cid Gomes e nem do prefeito Roberto Cláudio, no segundo turno da eleição presidencial, em Fortaleza. O resultado foi quase a derrota da candidatura petista, com apoio dos pedetistas leais ao chefe do Executivo do Governo Estadual, em detrimento da ausência das maiores lideranças cirista-cidistas estaduais, em solo fortalezense.

A vitória de Haddad somente aconteceu em função do trabalho árduo do governador Camilo, nas últimas 72 horas, nas regiões periféricas da capital cearense. O resultado das urnas no segundo turno, em Fortaleza: Fernando Haddad (55%) e Jair Bolsonaro (45%).

O bolsonarismo fortalezense foi vitorioso no setor da classe média tradicional, no primeiro e segundo turnos do pleito eleitoral de 2018. Na eleição municipal de 2016, esse mesmo setor ou grupo de pressão (Classe Média Fortalezense) foi o grande responsável pela reeleição de Roberto Cláudio, para mais quatro anos à frente da Prefeitura de Fortaleza.

Atualmente, Camilo Santana e Cid Gomes têm noção da força política-eleitoral do pré-candidato Capitão Wagner (PROS), a prefeito de Fortaleza, como representante do principal grupo de oposição estadual, com apoio do Governo Federal.

No caso do lançamento de duas pré-candidaturas governistas à sucessão de Roberto Cláudio, ambas poderão obter um desempenho razoável nas periferias de Fortaleza, porém, não terão bons resultados eleitorais perante à classe média tradicional.

O ex-senador Eunicio Oliveira e o MDB acenam apoio à pré-candidatura de Capitão Wagner, em caso da pré-candidatura unificada, trabalhada pelo governador Camilo e pelo senador Cid, unificação não oriunda das agremiações partidárias de ambos.

O deputado federal tucano Roberto Pessoa e a deputado estadual tucana Fernanda Pessoa vão apoiar o bloco partidário (PROS-PODE-PSC-Avante) nos pleitos eleitorais de Fortaleza e de Maracanaú. O governador paulista João Doria não tem interesse em permitir que o PSDB estadual e o DEM estadual se tornem satélites do presidenciável cearense Ciro Gomes, por isso não há condição do lançamento da pré-candidatura a prefeito de Fortaleza dessas duas agremiações partidárias, em conjunto, no município de Fortaleza.

O pré-candidato ao Executivo de Fortaleza do PSOL, o advogado Renato Roseno, assim como o pré-candidato do PV, o advogado Célio Studart, serão as melhores opções do eleitor social liberal local, no pleito eleitoral desse ano.

As duas pré-candidaturas irão tirar votos do candidato apoiado pelo prefeito Roberto Cláudio, além de poucos votos do pré-candidato, Capitão Wagner (PROS), que terá uma votação muito boa entre o eleitorado conservador liberal da capital cearense.

O eleitor de perfil total liberal ou pró-mercado deverá acompanhar naturalmente a pré-candidatura do empresário e secretário municipal Alexandre Pereira (Cidadania), que poderá ser a grande surpresa no primeiro turno das eleições em Fortaleza, cenário que não foi ainda percebido pelos analistas políticos cearenses, tampouco pelo prefeito Roberto Cláudio e pelo governador Camilo Santana, no difícil tabuleiro político-eleitoral da capital cearense.

O deputado estadual Acrisio Sena (PT) demonstrou uma capacidade ímpar ao chamar o Partido dos Trabalhadores para um diálogo aberto, com o governador Camilo, sobre o pleito eleitoral de Fortaleza. Acrisio compreende o poder do camilismo perante à opinião pública fortalezense, percebendo esse grande peso político, no pleito eleitoral de 2020.

O lulismo-petista é muito menor na dimensão eleitoral na capital cearense, em relação ao governador Camilo Santana. Os petistas vão construir a sua candidatura própria a prefeito de Fortaleza, ocorrendo então o divórcio político-eleitoral com o trabalhismo-pedetista. Tal fato tornará difícil uma união num eventual segundo turno ou voto útil anti-cirista para o pré-candidato do PROS, o deputado federal Capitão Wagner, no primeiro final de semana do mês outubro de 2020.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político

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