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Omissão não é política pública
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Eliziane Colares é publicitária e diretora da Advance Comunicação

Omissão não é política pública

A negligência do Governo Federal na gestão da pandemia continua engrossando as estatísticas mórbidas que nos chocam todos os dias. A imunização completa no país não alcançou nem 30% da população e a média móvel diária de mortos ainda é assustadora.

No total, já ultrapassamos a marca de mais de 570 mil vidas perdidas. É um número absurdo que nos posiciona no quinto lugar entre os países com mais mortes por milhão de habitantes no mundo e no segundo em números absolutos.

Asfixiados pela necessidade de tocar a vida, vamos nos adaptando à realidade de respirar sob um risco constante. A ameaça da variante Delta já ensaia o impulsionamento de uma nova onda que pode frustrar a tendência de queda nas contaminações.

Desemprego alto, inflação, desvalorização da moeda, crise energética e nenhum plano consistente para salvar a economia. Só bravatas, ameaças à democracia, motociatas, discursos de ódio e nenhuma mensagem de pesar pelas vidas perdidas.

Enquanto o país acumula mortes e problemas, o presidente se ocupa de estimular o caos e alimentar sua base de seguidores fanáticos.

As revelações da CPI da Pandemia no Senado Federal, iniciada em abril deste ano, descortinou a vergonhosa corrupção do Ministério da Saúde na compra de vacinas e acumulou depoimentos e investigações que comprovam que as mortes evitáveis têm responsáveis. Mas, cabe ao Ministério Público Federal processar todos os envolvidos.

A organização global Anistia Internacional está liderando um movimento para cobrar do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, que processe os possíveis responsáveis apontados na CPI da Covid.

A campanha "Omissão não é Política Pública" (https://anistia.org.br/peticao/omissao-nao-e-politica-publica/) está arrecadando assinaturas de apoio e reforça que "o discurso negacionista, a insistência no tratamento precoce e em repostas sem base em evidências científicas, o colapso do sistema de saúde por falta de planejamento e coordenação, assim como a falta de ação para garantir o acesso à vacinação em massa, indicam a possibilidade de existirem responsáveis pelo quadro de total colapso em que estamos vivendo."

Cada vida perdida merece nossa solidariedade e nossa cobrança pela punição exemplar de todos os envolvidos. Não seremos omissos.

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