Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Na sabatina desta sexta-feira, 23, na rádio O POVO CBN, Capitão Wagner (Pros) causou surpresa sobre muitas de suas posições. Na primeira parte do programa, ele se contrapôs a grande parte da pauta de seu apoiador, o presidente Jair Bolsonaro. “Muitas decisões que têm sido tomadas têm sido levadas para o ambiente ideológico, o debate político em vez de o ambiente científico. Vou pautar todas as minhas decisões, logicamente, nos argumentos técnicos e científicos que a equipe vai estar nos fornecendo”, disse ele, acrescentando ainda: “Polemizar, acho que bater boca, levar para o debate ideológico essa questão da pandemia não é o caminho mais adequado. Meu modelo vai ser baseado nos meus técnicos, na minha seleção, na minha equipe que vai estar sempre me orientando, não pautado nas decisões tomadas pelo presidente, nem pelo governador, nem pelo atual prefeito. E sempre pautado nesses técnicos que vão estar nos assessorando.”
O colega Carlos Holanda perguntou se a crítica inclui a postura do presidente Bolsonaro. “Seja quem for que adote esse tipo de posicionamento eu acho que não é o caminho adequado”, foi a resposta. Bem, a postura que Wagner critica me parece uma descrição do que tem feito o presidente.
Em outro ponto da entrevista, a posição de confronto do Capitão Wagner em relação ao capitão Bolsonaro se torna incontornável: “Devidamente aprovada a vacina, comprovada a eficiência dela, é obrigação do gestor do Município, do Estado e da União buscar essa vacina, até para que a gente possa ter o restabelecimento da atividade econômica no País.”
Wagner ainda comentou a divergência em relação ao projeto de reforma da Previdência, no qual votou contra, embora considere que tenha sido melhorado no Senado. Ao ponto de afirmar que qualquer que seja o prefeito, precisará ser adotado em Fortaleza.
Capitão Wagner participou da coordenação de campanha de Bolsonaro em 2018, mas sempre disse que não era 100% alinhado com o presidente. Tem sido assim na Câmara dos Deputados, embora politicamente mantenham afinação. Com Bolsonaro mais atrapalhando que ajudando em Fortaleza, o candidato do Pros se afasta do jeito Bolsonaro de ser ou governar. Sabe que sua base política é de apoiadores do presidente, mas eles dificilmente abandonarão Wagner. Falta alternativa competitiva.
Capitão Wagner falou sobre os motins de policiais:
O que acha da participação no movimento de aliados, o deputado estadual Soldado Noélio (Pros) e o vereador Sargento Reginauro (Pros): "Critico sim".
O que acha dos policiais fazerem movimento armados e mascarados: "É sim, equivocado".
Por que mudou de postura entre os motins de 2012 e 2020? "A gente amadurece".
Sobre a participação no motim em 2020: "Mediei os interesses da cidade".
Foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará o policial militar Rayz Allan Ferreira da Silva, apontado como autor dos disparos que atingiram Antônio Aurélio Araújo de Sousa e Igor Bezerra Farias em 16 de outubro de 2019, quando voltavam do futebol. Eles estavam em atitude considerada suspeita. Policiais relataram que um deles teria feito menção de por a mão na cintura, como para pegar uma arma. Não havia arma. No mínimo, um atestado de despreparo e de avaliação equivocada de risco, que fez com que um jovem ficasse tetraplégico porque policiais o acharam suspeito.
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