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Disputas que interessam muito ao governador
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Disputas que interessam muito ao governador

Tipo Opinião
Governador Camilo Santana de olho nas disputas no Cariri (Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo)
Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo Governador Camilo Santana de olho nas disputas no Cariri

A presença do governador Camilo Santana (PT) paira sobre a eleição em Fortaleza, com citações, embates, embora não com apoio explícito do governador. Em paralelo, outras disputas pelo Interior interessam demais a Camilo, pelo simbolismo e pelo jogo de poder concreto envolvido. O Cariri, berço político dos Santana, tem ênfase particular.

A rádio CBN Cariri realiza a partir de amanhã debates em Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte, sempre às 18 horas. Nesta quinta será a vez de Barbalha, onde Camilo se projetou e também lugar no qual sofreu derrota em 2016, que certamente está engasgada. E onde é travada uma briga parelha este ano. O governador apoia o pedetista Guilherme Saraiva contra o prefeito e candidato à reeleição Argemiro Sampaio (PSDB).

Na sexta-feira, será a vez do Crato, onde o prefeito Zé Ailton Brasil tenta a reeleição no maior município governado pelo PT no Ceará. Disputa contra Arthur de Zé Adega (PSL), filho do ex-prefeito Zé Adega, contra Dr. Aloisio Matos (Pros), além da Professora Zuleide Queiroz (Psol).

No sábado, o debate será em Juazeiro do Norte, onde foi arquitetada uma enorme aliança para reeleger o prefeito Arnon Bezerra (PTB), com intervenções estaduais para garantir o PDT na base - e para tirar o PSL, depois de saber que o PT estava na coligação. Mas, a vida de Arnon não está fácil, numa briga parelha com o policial civil Glêdson Bezerra (Podemos) e com o deputado estadual Nelinho (PSDB). Atrapalha o pedetista o fato de ter a maior rejeição. Concorrem ainda a ex-deputada Ana Paula Cruz (PSB) e Demontieux Cinquientinha (Psol). Juazeiro tem o maior número de eleitores do Interior. A derrota de Camilo - e a consequente vitória da oposição, seria um forte recado político.

As eleições no Cariri também são assunto do episódio do podcast Jogo Político publicado nesta quarta.

Camilo Santana um estágio além

Camilo Santana (PT) entrou diretamente na campanha de Fortaleza quando encontrou um gancho no discurso de Capitão Wagner (Pros) e passou a confrontá-lo sobre o motim de policiais militares do início do ano. Nesta semana, o governador foi um passo além. Não procurou gancho ou pretexto. Bateu em Wagner sem subterfúgios. Também não travou um debate específico. Até partiu da questão do motim, mas daí foi para julgamento geral sobre o candidato do Pros. Das três candidaturas que disputam diretamente vaga no segundo turno, de acordo com as pesquisas, Camilo disse que "uma delas representa o pior na política, representa o ódio, a mentira".

Papéis divididos

Há uma aparente divisão de papéis na campanha de Sarto Nogueira (PDT). Camilo não pode fazer campanha a favor do pedetista, e também não é adequado que faça críticas a Luizianne Lins (PT), candidata do partido ao qual é filiado. Seria uma crise das grandes. Então, Camilo bate duro em Wagner. A campanha de Sarto não deixa de bater em Wagner. Ele faz isso, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) também. Mas, o foco parece mesmo ser, no momento, atingir Luizianne. Elas tem sido alvo preferencial das críticas. Ontem, a Justiça determinou a retirada do ar da propaganda mais agressiva contra a petista.

Governador Camilo Santana de olho nas disputas no Cariri
Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo
Governador Camilo Santana de olho nas disputas no Cariri

O estágio seguinte de Camilo

Camilo Santana começou a campanha tendo a imagem disputada entre Luizianne e Sarto - e provavelmente assim seguirá até a votação do primeiro turno. Deu declarações e indicativos de simpatia pelo PDT. Depois, confrontou Wagner de forma específica. Agora, de modo mais amplo. Já comentei que, com a agressividade da campanha de Sarto contra Luizianne, torna-se mais complicado um possível apoio no segundo turno do PT ao pedetista, na eventualidade de mudar o quadro e conseguir chegar lá. O comando do grupo Ferreira Gomes sabe disso, mas tem preocupação mais imediata. A saber: chegar no segundo turno. Feito isso eles se preocuparão com alianças.

Foto do Érico Firmo

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