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Os problemas econômicos do Brasil
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Os problemas econômicos do Brasil

Paulo Guedes disse que o Estado brasileiro quebrou porque a medicina avançou, está curando as doenças e as pessoas querem viver demais. Ministro da Economia atacou ainda maior parceira comercial do País, que vem a ser o maior fornecedor de vacinas. É o fator de credibilidade no governo junto aos mercados
Tipo Opinião
Ministro da Economia, Paulo Guedes: "O meu receio é que ao criar um tribunal de guerra no meio da guerra você dificulte o combate" (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Ministro da Economia, Paulo Guedes: "O meu receio é que ao criar um tribunal de guerra no meio da guerra você dificulte o combate"

Na campanha de 2018, o candidato Jair Bolsonaro apresentou à Justiça Eleitoral conjunto de propostas que incluíam zerar o déficit público brasileiro em um ano. Uma das características mais marcantes do tipo de personalidade que é Bolsonaro consiste em apresentar soluções fáceis para problemas complexos. Tudo é simplificado. Quando se vai para a prática, na hora de dar as respostas banais a questões intrincadas, tem-se o governo Bolsonaro.

Logo depois da eleição, Guedes disse que era possível zerar o déficit no primeiro ano. Já ministro, em janeiro de 2019, no Fórum Econômico Mundial, Guedes reafirmou que zeraria o déficit orçamentário. Bem, ao final do ano, o rombo era de 95 bilhões de dólares.

De tempos em tempos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresenta-nos alguns motivos pelos quais ele não conseguiu equilibrar as contas públicas. Em fevereiro do ano passado, ele dizia que, ao contrário do que se imagina, a desvalorização do real é boa, não é ruim. Bom para o Brasil é o real valendo pouco e o dólar valorizado. Real valorizado estava atrapalhando. “Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vamos exportar menos, substituição de importações, turismo, todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada. Pera aí. Pera aí, pera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro do Itapemirim.”

Na terça-feira passada, Paulo Guedes disse que o Estado brasileiro quebrou. Aquele mesmo, cujo déficit ele iria zerar em 12 meses. Tá quebrado. O serviço público não tem capacidade de atender a população que o procura. Por causa da pandemia, não é? Não. O ministro vê um problema mais profundo. A medicina está curando muitas doenças. A economia não aguenta.

"Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130". Aí não dá, gente. Você, idoso, que teima em não morrer. Você está complicando o equilíbrio fiscal. Assim doutor Guedes não tem como alcançar as metas dele. O que complica a economia brasileira não é a incompetência dos gestores, nem o cenário externo, nem mesmo a pandemia. O problema são os brasileiros que vivem demais. Custava morrerem antes?

Língua solta

Guedes na terça estava com tudo. Disse que chineses criaram o novo coronavírus e a vacina Coronavac é inferior à dos Estados Unidos. O ministro da Economia atacou o maior parceiro comercial do Brasil, quem mais compra, além de investir no Brasil. E de quem o País depende demais para os insumos que produzem a vacina.

Pior não fica

Imagine o dono de empresa que ataca publicamente seu maior cliente que, além de tudo, compra ações dessa empresa. Guedes se retratou. Disse ter usado uma "imagem infeliz". O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse que a fala não prejudica a relação com a China. É capaz de não prejudicar mesmo. Gente graúda do governo já falou tanta coisa da China, já criou tanto conflito, que um a mais ou um a menos.

É aquele dizer: o que é um pingo para quem está molhado? Para não dizer outra coisa.

É o ministro capacitado

Guedes é o fiador do governo Bolsonaro nos mercados. O fator de credibilidade. Os setores empresariais concordam que Bolsonaro é instável. E o ministro da Economia é o fator de credibilidade. É o equilíbrio do governo. Avalie os outros.

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