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O fator Alckmin para a candidatura de Lula
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O fator Alckmin para a candidatura de Lula

Lula quer fazer de Alckmin o Alencar da vez. Mas aliados paulistas do ex-governador têm outros planos
Tipo Opinião
Geraldo Alckmin é responsável pela interlocução com governo Bolsonaro (Foto: NELSON ALMEIDA/AFP)
Foto: NELSON ALMEIDA/AFP Geraldo Alckmin é responsável pela interlocução com governo Bolsonaro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem conversado com Geraldo Alckmin, que deve deixar o PSDB e é cogitado no PSB, no PSD e no PSL. Os dois foram adversários em 2006, na última eleição em que Lula foi candidato — confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lula vê em Alckmin o José Alencar da vez. Em 2002, o empresário mineiro — filiado ao PL, partido hoje de Bolsonaro, veja só — era o fiador de Lula perante os mercados. A confiabilidade junto ao grande empresariado. Alckmin não é empresário, mas se entende bem demais com eles, quase como se fosse. Governador de São Paulo em vários mandatos, Alckmin sempre teve o voto do conservador paulista. Pelo Brasil, ele tem respaldo em setores de centro e de direita. Mais que por motivos econômicos, Alckmin fala com eleitorado que tem medo de Lula. E ajudaria o presidente a entrar em São Paulo, onde o PT nasceu, mas tem dificuldades. Religioso e de tendência conservadora, Alckmin é um dos tucanos com menos arestas. Chegou a ser divulgado que Lula disse a amigos que se trata do "único tucano que gosta de pobre".

Em condições normais, uma aliança com Alckmin causaria um terremoto no PT, assim como Alencar sofreu muitas resistências. Porém, do ponto de vista pragmático, pensando em ganhar eleição, seria das melhores alternativas possíveis para Lula. O problema é que pode haver outro plano no horizonte do tucano.

Os aliados mais próximos de Alckmin, todos de São Paulo, acham que ele deveria concorrer a governador, cargo que exerceu por quatro mandatos. Nas pesquisas, ele aparece bem. Porém, os sinais são interpretados como de alguém interessado na empreitada nacional.

Os alckminstas paulistas creem que a presença dele como vice de Lula seria boa, sobretudo, para o PT em São Paulo. Seria enfraquecer a base eleitoral construída ao longo de décadas. Errados não estão.

Camilo e o governo para 2022

Governador Camilo Santana (PT) definiu que os secretários que serão candidatos nas eleições 2022 não iniciarão o novo ano nos cargos. O prazo legal de desincompatibilização é abril, mas Camilo não pretende esperar até lá.

A medida é comum entre governadores e tem um motivo principal: secretários que concorrerão principalmente a mandatos de deputados costumam ser motivo de problemas na base aliada. Parlamentares ou postulantes sempre os acusam de usar a máquina em proveito próprio — e contra os outros. Em eleição proporcional, o primeiro adversário é aquele do próprio partido. Nas trincheiras aliadas, eles disputam muitas vezes bases semelhantes. Quando o governador antecipa a saída, evita levar o atrito para o ano eleitoral.

Porém, Camilo tem motivo a mais. Ele próprio se encaminha para deixar o governo em abril. Deverá ser candidato a senador. Uma coisa seria Camilo renunciar junto com a saída de secretários. Ele poderia até deixar as substituições encaminhadas com a vice-governadora Izolda Cela (PDT). Mas, é diferente de Camilo fazer as trocas até janeiro, trabalhar com os novos secretários por três meses, encaminhar as coisas até entrarem em certo ritmo e só aí sair. Ao antecipar as substituições, Camilo encaminha que o governo manterá bastante de sua cara mesmo quando não estiver mais no cargo.

Referência

A Suécia é o exemplo preferido dos que foram contra restrições para conter a pandemia. O País não seguiu a tendência de fechar escolas e estabelecimentos.

Desde quarta-feira, 1º, a Suécia cobra o chamado passaporte de vacina para frequência em eventos.

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