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O dinheiro para a segurança e a politicagem que prejudica o povo
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O dinheiro para a segurança e a politicagem que prejudica o povo

Depois de três meses parado na Casa Civil, empréstimo foi encaminhado na noite de sexta e aprovado no Senado na manhã de segunda. Dinheiro irá para segurança e quem perdeu com a demora causada pelos políticos foi a população
Tipo Opinião
Plenário do Senado na sessão que aprovou o financiamento para prevenção da violência no Ceará (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Plenário do Senado na sessão que aprovou o financiamento para prevenção da violência no Ceará

Veja como são as coisas: segundo o governador Camilo Santana (PT) afirmou na última sexta-feira, desde setembro que a Casa Civil do Governo Federal segurava o pedido de empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o Ceará. O financiamento tinha aval da Secretaria do Tesouro Nacional, mas estava na Casa Civil à espera de ser enviado ao Senado, a quem cabe dar a autorização. A manifestação de Camilo foi feita em entrevista ao programa Jogo Político, nas mídias do O POVO. Na tarde do mesmo dia, saiu a publicação no Diário Oficial do envio do pedido ao Senado.
Na manhã desta segunda-feira, o projeto já foi pautado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), relatado em plenário pelo senador Cid Gomes (PDT) e votado na mesma manhã, aprovado por unanimidade. Ou seja, uma proposta que aguardava há três meses, desde setembro, foi aprovada entre a noite de sexta e a manhã de segunda.

O empréstimo, de 52 milhões de dólares, é destinado à prevenção da violência. O investimento irá para os dez municípios com maiores indicadores de criminalidade do Ceará. De acordo com o governador, serão contemplados todos os municípios governador pela oposição: Caucaia, Juazeiro do Norte, Maracanaú e São Gonçalo do Amarante.

Camilo disse desconfiar que o financiamento estava parado na Casa Civil por razões políticas. Não tenho como afirmar isso. Sei que, uma vez liberado, a aprovação foi relâmpago. O que explica que tenha ficado três meses parado?

O dinheiro servirá para a população. Se bem usado for, evitará mortes. Inclusive, pessoas que morreram nos últimos meses, quem sabe, pudessem estar vivas se não houvesse tanta demora na liberação. Os políticos que se resolvam em seus conchavos e suas tramas, mas o ideal seria que deixassem a população fora disso. Como não é possível, deveriam ao menos tentar preservar as ações que envolvem a vida das pessoas.

Camilo reclama de Bolsonaro e Roberto Pessoa reclama de Camilo

A respeito da coluna do último sábado, na qual eu tratava da reclamação de Camilo de que o governo Bolsonaro estava segurando o empréstimo, escreveu-me o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PSDB). "Seria cômico, se não fosse trágico e prejudicasse nossa população. Essa é a mesmíssima sensação que eu tenho, enquanto prefeito de Maracanaú sobre o descaso do Camilo e de sua gestão com nosso município e por questões que só podem ser políticas."

Pessoa citou como exemplo a policlínica, que "demorou dez anos para ficar pronta e até hoje não foi entregue à população." O prefeito apontou que a contribuição de Maracanaú com o ICMS é “infinitamente mais" do que proporcionalmente recebe em investimento estadual.

"Maracanaú, do lado da capital e uma cidade extremamente produtiva, é praticamente invisível aos olhos da gestão Camilo", disse Pessoa. "Pimenta nos olhos dos outros, é refresco! Nessa picuinha política, quem perde é o povo. Meu mandato é passageiro, mas o povo é eterno", afirmou.

O Estado sobre os investimentos em Maracanaú

A Casa Civil do governo Camilo negou que haja critério político. Sobre a demora em relação à policlínica, a secretaria explica que houve dois motivos: problema na compra de equipamentos e a pandemia, que obrigou o foco a se voltar à abertura de UTIs e leitos. Nos próximos dias, deverá haver a inauguração, informa a pasta. O mesmo problema, destacou a pasta, ocorreu em Canindé, cujo prefeito é do PT. A secretaria apresentou uma lista de 76 obras do governo em Maracanaú, que somam R$ 419 milhões.

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