Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Porém, em política, ficar bem com um lado é ficar mal com outro. Mais ainda em tempos de polarização radicalizada. Nesta semana, a esquerda ficou injuriadas com a adesão do Estado ao programa de escolas cívico-militares. Foi o único estado do Nordeste. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, comemorou. "Tive até uma surpresa positiva, em dois estados que imaginei que não viriam, mas vieram". Ele não informou qual o outro, mas o MEC confirmou que um deles é o Ceará. Se a outra surpresa teve motivação partidária, provavelmente foi o Amapá, governado pelo pedetista Waldez Góes.
Elogiado pelo ministro, o governador foi explicar que não é bem assim. Isso após críticas como do presidente do PT Fortaleza, Deodato Ramalho. Segundo ele, a atitude "incomoda e gera estranheza".
Já o presidente, ao lançar o programa, definiu assim as escolas cívico-militares: "Tem que botar na cabeça dessa garotada a importância dos valores cívicos-militares, como tínhamos há pouco no governo militar, sobre educação moral e cívica, sobre respeito à bandeira. Botar na cabeça dele que ele tem que entender que a Amazônia é nossa e não aceitar provocações de outro líder mundial".
Sobre como será a implantação, o presidente falou: "Não tem que aceitar não, tem que impor. Se aquela garotada está na 5ª série, está na 9ª série, e na prova do Pisa não sabe, ele não sabe uma regra de três simples, interpretar um texto, não respondem uma pergunta básica de ciência, me desculpa. Não tem que perguntar para o pai e responsável nessa questão se ele quer ou não uma escola com uma certa militarização. Tem que impor, tem que mudar. Não queremos que essa garotada cresça e vai ser no futuro um dependente até morrer de programas sociais".
Para além de modelos, a fala de Camilo deixou claro algo que se tornou tônica nos governos cearenses há décadas: se tem dinheiro disponível, corre atrás. Os detalhes ficam para depois.
Todos os estados do Norte, Centro-Oeste e Sul aderiram. Ficaram fora os oito estados do Nordeste, excetuado o Ceará, e dois do Sudeste: Rio de Janeiro e Espírito Santo. São Paulo entrou por último.
A adesão exclusiva no Nordeste cria certo constrangimento para Camilo com seus pares. Mas, deve gerar dividendos com o governo Bolsonaro. O Planalto irá querer tornar o Estado um exemplo positivo para os demais da região.
O petista preferido de Bolsonaro
O gesto consolida o governo Camilo como, provavelmente, o favorito de Bolsonaro no Nordeste e no PT. Com o ônus que isso implica no campo político do governador.
O PT e as eleições 2020
O deputado federal José Guimarães (PT) aposta que as próximas eleições municipais em Fortaleza, e no Ceará, serão bem diferentes de 2016. Por um motivo principal: Bolsonaro. Ele vê três grandes cabos eleitorais no Estado no ano que vem: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Camilo Santana e o desgaste de Bolsonaro. Volto ao assunto na próxima coluna.
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